São Paulo, quinta-feira, 01 de fevereiro de 2001

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Entidade acusaram governo de 'omisso'

DA REDAÇÃO

O caso envolvendo o funcionário da Anistia José Eduardo Bernardes da Silva provocou, ano passado, inúmeros protestos de entidades contra o que chamavam de "omissão" do governo, tanto federal quanto estadual, em relação aos atentados. Até mesmo a ONU (Organização das Nações Unidas) foi acionada, e a Anistia Internacional chegou a questionar a eficiência das investigações.
Em setembro do ano passado, após Bernardes da Silva ter dito que recebera uma bomba caseira em sua casa e de outro artefato ter sido enviado ao escritório da Associação da Parada do Orgulho Gay, nove entidades de defesa dos direitos humanos e de minorias encaminharam documento à relatora especial da ONU Asma Jahangir, pedindo que a entidade pressione o governo brasileiro a esclarecer os atentados.
De acordo com as entidades, o governo do Estado estava demorando para identificar os responsáveis pelas bombas e pelas cartas. O documento relatava justamente os três casos envolvendo o funcionário da Anistia e dizia que os ativistas de várias entidades -como as comissões de direitos humanos da Assembléia e da Câmara Municipal- corriam risco de morte.
A Anistia Internacional chegou, por meio de um comunicado mundial, a colocar em dúvida os recursos da polícia para enfrentar "as ofensivas terroristas". O promotor Carlos Cardoso, assessor de Direitos Humanos da Procuradoria Geral de Justiça, declarou que os crimes de gangues neonazistas vinham sendo tratados de modo "burocrático".
Também por conta dessas ameaças a Anistia Internacional fez uma campanha mundial contra atentados de skinheads em São Paulo. Um comunicado do secretariado da entidade, em Londres, foi enviado às sedes nacionais da Anistia, espalhadas pelo mundo, onde as mensagens foram traduzidas e redistribuídas.
A campanha mundial tinha como objetivo incentivar os militantes de direitos humanos a enviar cartas de cobrança às autoridades brasileiras.


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