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São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

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VIOLÊNCIA

Na capital paulista também houve aumento de 58,5% nos furtos desde 1996, ano em que começou a divulgação de estatísticas

Roubos em SP crescem 89% em sete anos

GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de roubos na cidade de São Paulo quase dobrou nos últimos sete anos. Foram 120.654 casos registrados em 2002, 88,8% a mais do que em 1996, quando a Secretaria da Segurança Pública começou a divulgar estatísticas sobre os principais crimes.
As ocorrências de roubo -subtrair mediante grave ameaça ou violência- cresceram 7,7% em 2002 em relação a 2001. Os furtos também apresentaram aumento na capital paulista no ano passado, com 126.099 registros (9,2% a mais que em 2001 e 58,5% a mais que em 1996).
Os roubos e furtos têm se mantido em crescimento nas estatísticas anuais desde 1996. Apresentaram uma pequena queda em 2000, mas voltaram a aumentar. A tendência de crescimento também permaneceu em 2002 nos números do Estado de São Paulo, mas em proporções menores. Os furtos tiveram aumento de 5%, e os roubos, de 1,5%, na comparação com 2001.
Essas estatísticas não incluem os roubos e furtos de veículos. Grandes ou pequenos roubos são computados no mesmo item da pesquisa. Também não há separação por vítima -empresa, banco ou população em geral.
O aumento dos casos de roubo e furto em geral contrasta com o resultado do trabalho da polícia no combate a outros crimes patrimoniais. Os números de roubo e de furto de veículos, por exemplo, estão em queda.
Os sequestros também apresentam redução. O Estado fechou 2002 com 321 casos, 4,5% a mais do que no ano anterior, o que já pode ser considerado uma vitória. Nas estatísticas do primeiro semestre do ano passado em relação ao mesmo período de 2001, esse índice era de 95%.
O crescimento dos roubos e furtos em relação a 1996 não aparece em outros tipos de crime. O número de homicídios dolosos (com intenção) até caiu nesses sete anos: de 4.682, em 1996, para 4.631, em 2002.
Para o coronel da reserva da PM José Vicente da Silva Filho, consultor de segurança e ex-secretário nacional de Segurança Pública, a ineficácia no combate a roubos e furtos está relacionada à falta de investimento na área de monitoramento de crimes.
"Existe a questão social, o crescimento da miséria, mas o roubo e o furto são crimes que exigem gerenciamento e monitoramento constante por parte da polícia", afirmou Silva Filho. "É preciso definir os focos de atuação desses criminosos e distribuir tarefas entre as polícias Civil e Militar. Só que esse tipo de serviço costuma esbarrar na falta de motivação do policial e de vontade política", concluiu o pesquisador.
A assessoria da Secretaria da Segurança Pública informou que, apesar do crescimento "em números absolutos" de roubos na capital e no Estado, houve redução no interior (4%) e na Grande São Paulo (5%) em relação a 2001.
"Os resultados poderão ser ainda mais significativos se houver melhoria da infra-estrutura urbana, tais como erradicação de favelas, logradouros públicos mais iluminados e fiscalização de ambulantes, que permitirão ações policiais mais eficientes", diz a nota oficial da secretaria.


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