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VIOLÊNCIA
Na capital paulista também houve aumento de 58,5% nos furtos desde 1996, ano em que começou a divulgação de estatísticas
Roubos em SP crescem 89% em sete anos
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de roubos na cidade
de São Paulo quase dobrou nos
últimos sete anos. Foram 120.654
casos registrados em 2002, 88,8%
a mais do que em 1996, quando a
Secretaria da Segurança Pública
começou a divulgar estatísticas
sobre os principais crimes.
As ocorrências de roubo -subtrair mediante grave ameaça ou
violência- cresceram 7,7% em
2002 em relação a 2001. Os furtos
também apresentaram aumento
na capital paulista no ano passado, com 126.099 registros (9,2% a
mais que em 2001 e 58,5% a mais
que em 1996).
Os roubos e furtos têm se mantido em crescimento nas estatísticas anuais desde 1996. Apresentaram uma pequena queda em
2000, mas voltaram a aumentar. A
tendência de crescimento também permaneceu em 2002 nos
números do Estado de São Paulo,
mas em proporções menores. Os
furtos tiveram aumento de 5%, e
os roubos, de 1,5%, na comparação com 2001.
Essas estatísticas não incluem os
roubos e furtos de veículos. Grandes ou pequenos roubos são computados no mesmo item da pesquisa. Também não há separação
por vítima -empresa, banco ou
população em geral.
O aumento dos casos de roubo e
furto em geral contrasta com o resultado do trabalho da polícia no
combate a outros crimes patrimoniais. Os números de roubo e
de furto de veículos, por exemplo,
estão em queda.
Os sequestros também apresentam redução. O Estado fechou
2002 com 321 casos, 4,5% a mais
do que no ano anterior, o que já
pode ser considerado uma vitória.
Nas estatísticas do primeiro semestre do ano passado em relação ao mesmo período de 2001,
esse índice era de 95%.
O crescimento dos roubos e furtos em relação a 1996 não aparece
em outros tipos de crime. O número de homicídios dolosos
(com intenção) até caiu nesses sete anos: de 4.682, em 1996, para
4.631, em 2002.
Para o coronel da reserva da PM
José Vicente da Silva Filho, consultor de segurança e ex-secretário nacional de Segurança Pública, a ineficácia no combate a roubos e furtos está relacionada à falta de investimento na área de monitoramento de crimes.
"Existe a questão social, o crescimento da miséria, mas o roubo
e o furto são crimes que exigem
gerenciamento e monitoramento
constante por parte da polícia",
afirmou Silva Filho. "É preciso definir os focos de atuação desses
criminosos e distribuir tarefas entre as polícias Civil e Militar. Só
que esse tipo de serviço costuma
esbarrar na falta de motivação do
policial e de vontade política",
concluiu o pesquisador.
A assessoria da Secretaria da Segurança Pública informou que,
apesar do crescimento "em números absolutos" de roubos na
capital e no Estado, houve redução no interior (4%) e na Grande
São Paulo (5%) em relação a 2001.
"Os resultados poderão ser ainda mais significativos se houver
melhoria da infra-estrutura urbana, tais como erradicação de favelas, logradouros públicos mais
iluminados e fiscalização de ambulantes, que permitirão ações
policiais mais eficientes", diz a
nota oficial da secretaria.
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