|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
URBANISMO
Recursos do governo e do Banco Interamericano de Desenvolvimento serão usados para revitalizar imóveis da região
Prédio privado na Luz receberá verba pública
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
Imóveis particulares da região
da Luz, no centro de São Paulo,
poderão ser restaurados com recursos públicos e do BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento). A medida faz parte do
programa Monumenta, voltado à
recuperação de áreas históricas
degradadas em mais de 20 cidades de várias partes do país.
O projeto, que já recupera monumentos na Luz, conta com cerca de R$ 1,7 milhão para a reforma
de empreendimentos privados
em São Paulo. O dinheiro vem do
Ministério da Cultura, do Estado
e da prefeitura, além do BID.
As propostas devem ser encaminhadas à prefeitura até 2 de
março. Quem for selecionado terá
de 10 a 20 anos para pagar o financiamento, que não terá juros.
O objetivo da medida, diz a arquiteta Edméa Fioretti, da Emurb
(Empresa Municipal de Urbanização), é permitir que casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais da região acompanhem
as ações que têm sido desenvolvidas em prédios públicos, como a
Pinacoteca e a Estação da Luz.
"Em projetos de preservação,
nunca se pensa na recuperação
dos imóveis privados", diz. Segundo a arquiteta, a verba já deve
estar disponível a partir do segundo semestre deste ano. Podem ser
financiadas obras para estabilizar
a estrutura do imóvel, embutir a
fiação elétrica e recuperar fachadas e coberturas -nesse caso, o
programa recomenda que sejam
demolidos os acréscimos, como
os chamados "puxadinhos", que
descaracterizem a edificação.
Para o arquiteto Carlos Lemos,
professor da FAU (Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo) da
USP, é importante que essas reformas busquem preservar as características originais dos prédios
-grande parte das edificações do
local, diz ele, é do século 19: "São
moradias modestas, com uma arquitetura anônima, que, do ponto
de vista artístico, são irrelevantes,
mas devem ser tratadas como um
documento histórico".
Para selecionar as propostas, a
prefeitura avaliará aspectos como
a relevância histórica e estado de
conservação do prédio, a renda da
família e a contrapartida oferecida pelo dono do imóvel. Os projetos precisarão ser aprovados pelo
Iphan (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional).
Para famílias com renda mensal
de até três salários mínimos, as regras são um pouco mais flexíveis.
Elas terão um prazo de 20 anos
para pagar o financiamento e
também poderão solicitar reformas que melhorem a iluminação,
ventilação e instalações sanitárias
do espaço, assim como mudanças
que permitam a realização de atividades remuneradas no local.
Texto Anterior: Violência: Garotas torturam jovem por invejá-la Próximo Texto: Panorâmica - Sem alvará: Prédio em Pinheiros é interditado pela prefeitura por danificar a vegetação Índice
|