São Paulo, domingo, 1 de fevereiro de 1998

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A garota da hora


Cada vez mais loura, sexy e exibida, a atriz Danielle Winits, 24, virou a mulher da "tarja preta". Em suas cenas de nudez na novela "Corpo Dourado", a personagem Alicinha é implacavelmente perseguida por uma espécie de tapa-sexo eletrônico que cobre seus seios e a genitália. Ela explica que, na verdade, trata-se de uma brincadeira da direção, para remeter o personagem às pin-ups dos quadrinhos eróticos. Além de Alicinha, Danielle faz "Tetê Monroe" no teatro e prepara-se para interpretar uma garota de programa no cinema. A referência, na maioria das vezes, é Marilyn Monroe -mas ela não tem crise de identidade. "Sou muito diferente de tudo isso. Faço o tipo moleca", diz.

Incomoda aquela tarja preta perseguindo você, nua? Não. Eles colocam a tarja para ficar divertido. Como se fosse um daqueles quadrinhos eróticos. De qualquer maneira, eu não estou nua nas cenas.
Ah, não? Não, eu uso Lib (sutiã e calcinha da cor da pele e adesivos).
Você interpreta dois símbolos sexuais no teatro e na TV e ainda está em via de fazer uma garota de programa no cinema. Não teme o estigma? Temo a falta de trabalho. De qualquer maneira, quem constrói esse tipo de imagem, ou deixa que construam, é a atriz. Se ela se posiciona o tempo todo como símbolo sexual, vai ser isso o resto da vida. Procuro construir cada uma dessas minhas louras de maneira diferente. Tem a da praia, a engraçada, a ingênua etc.
Quem é a loura referência de todas elas? A Marilyn (Monroe).
Nunca passou por uma crise de identidade? É que eu sou tão diferente disso tudo. Sou relaxada, nada pin-up.
Afinal, onde termina a Danielle Winits e começa a loura sexy dos personagens? A Alicinha, por exemplo, qual a diferença entre você e ela? Faço uma loura gostosa, mas ingênua -bem diferente de mim. Na hora em que o Marcos Winter fala "Olha quanto gavião nessa praia", ela pensa que é gavião de verdade. Mas, ao mesmo tempo, a Alicinha é sensível. Ela ainda vai sofrer, querer se vingar, mostrar, enfim, que não é uma loura frívola.
O que você sente quando o Marcos Winter chupa o dedão do seu pé? Cosquinha. Mas só. É tudo muito profissional.
Acha seu pé bonito? Meu pé é de bailarina, cara, cheio de calo. Faço dança quase todo dia.
Mas ninguém nota isso na TV. É que eu tenho cuidado mais dele. Pinto as unhas e tudo.
Acha que faria bem uma morena? Claro. Eu gosto de ir a extremos. Se é burra, é burra, se é engraçada, é uma palhaça. Aliás, sou ótima para imitar. Adoraria fazer uma lavadeira bem grossa, escrachada...
Com esse corpo? Dá para fazer. Como a que a Denise Fraga fazia no teatro.
Seu namorado (o modelo André Segatti também é louro, alto, bonito etc.) foi coincidência ou você prefere os bonitos? Prefiro os inteligentes...
Ah, além de tudo, ele é inteligente. Tem humor. Acho fundamental.
Você está acompanhando o noticiário sobre os casos extraconjugais do presidente dos EUA, Bill Clinton? Por alto.
Segundo um jornalista americano, Clinton costuma comentar com amigos e guarda-costas que a prática do sexo oral -que ele teria feito com as moças envolvidas- não constitui adultério. O que você acha? Um absurdo. Oral, anal, não tem diferença. É tudo traição. Ele está é numa fria e não sabe como sair. O mais digno seria assumir...
E a Hillary? Mesmo assim. Fica muito na cara que é falso. Depois ele lava a roupa suja em casa. Eu, se fosse sua eleitora, acharia muito mais digno.
Ao que parece, boa parte de suas eleitoras até gosta desse lado mulherengo do presidente. Ele é tido, lá, como uma espécie de galã. O que você acha? Bem, ahn, um, é, não é ruim, não.


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