São Paulo, quarta-feira, 01 de março de 2000


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Gasto em educação é mal distribuído

da Reportagem Local

O Brasil não gasta pouco com educação, em comparação ao seu Produto Interno Bruto, mas os recursos são mal distribuídos entre os diferentes níveis de ensino.
Em 1996, foram gastos R$ 37 bilhões com o setor, o que equivale a 4,8% do PIB. Essa porcentagem é maior que da Argentina (3,7%), Chile (3,2%) e México (4,6%) e semelhante à da Espanha (4,8%) e dos países desenvolvidos avaliados pela OCDE (4,9%).
A grande distorção no Brasil é a relação entre os gastos com alunos no ensino fundamental e superior. No Brasil, um universitário custa 12,8 vezes mais do que um estudante no ensino fundamental, segundo dados da OCDE de 1996.
Em 1996, o Brasil gastou R$ 637 com cada aluno no ensino fundamental, enquanto o custo do estudante no curso superior em instituições públicas foi de R$ 8.201.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o gasto por ano com um estudante no ensino superior, que é de R$ 12.359, é apenas três vezes maior que o do aluno do ensino fundamental, que é de R$ 4.081.
Ao comparar os gastos do Brasil com o de outros países, o relatório mostra que o Brasil gasta mais por aluno no ensino superior do que países desenvolvidos como Áustria, Bélgica, Dinamarca, e Espanha.
Dos 42 países analisados nesse critério, apenas os Estados Unidos, Canadá, Suíça, Suécia, Turquia, Paraguai e Argentina gastam mais com o aluno no ensino superior do que o Brasil.
Já quando se analisa o gasto com o ensino fundamental, a despesa do Brasil nesse setor só é maior que os de Índia, Jordânia, Malásia e Filipinas.
Para o ex-presidente do IBGE Simon Schwartzman, que realizou estudos sobre os gastos do Brasil em ensino superior, para que essa distorção diminua, é preciso que as universidades federais consigam atender mais alunos com os mesmos recursos.
"A consequência disso é que é o setor privado que cresce, enquanto permanece praticamente estável a oferta de vagas em instituições públicas. Os demais países da América Latina têm mais tradição em atender um maior número de alunos no ensino superior gratuito", afirma.


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