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MEC considera "favorável" diagnóstico feito por relatório
da Sucursal de Brasília
O MEC considerou o relatório
"Investindo na Educação" (elaborado em conjunto pela OCDE e
Unesco) "favorável" ao Brasil,
apesar de o país ser apontado como o campeão de repetência entre os 45 pesquisados.
"O relatório é bastante favorável, sem deixar de mostrar os problemas que nós sabemos que
existem e que já haviam sido
apontados no relatório anterior,
divulgado em 98", afirmou ontem
o ministro da Educação, Paulo
Renato Souza.
O ministro concorda com a avaliação feita pela OCDE de que a
"cultura da repetência" nas escolas brasileiras é o maior problema
educacional do país hoje.
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Em 97, 25,8% dos alunos brasileiros matriculados no ensino
fundamental já haviam repetido o
ano pelo menos uma vez.
No Paraguai, país que ocupa a
vice-liderança no ranking dos que
mais repetem, a porcentagem de
alunos do ensino fundamental
que já repetiram é de 8,4%.
Paulo Renato defende que seja
feita no país mobilização para
acabar com a cultura da repetência semelhante à que foi feita para
garantir que todas as crianças entre 7 e 14 anos fossem matriculadas nas escolas.
"Tudo o que puder ser feito para evitar a repetência deve ser feito. As escolas precisam entender
que é obrigação delas fazer com
que os alunos passem de ano e
não o contrário", disse.
Promoção automática
O ministro chegou a defender a
promoção automática como solução para acabar com os altos índices de repetência, embora tenha
feito a ressalva de que essa não foi
a opção adotada pelo Brasil.
"A promoção automática é pedagogicamente defensável. Não é
o modelo que nós adotamos, mas
é uma opção justificável. Em vários países, inclusive nos EUA e
na França, é isso que acontece."
Na Malásia, é proibido reprovar
alunos e na China, as escolas de 1ª
a 4ª série só podem reprovar 5%
de seus alunos.
"Não acho boa a opção da China de estabelecer um teto para a
reprovação. Prefiro acabar de
uma vez com a reprovação. Mas
acho que o Brasil está no caminho
certo com a adoção do sistema de
ciclos", disse o ministro.
No sistema de ciclos, praticamente não há reprovação anual e
a progressão é continuada.
O ministro elogiou os Estados
que trocaram a divisão em séries
pelos ciclos, como alternativa de
combate à repetência e citou o caso de São Paulo.
"Lá o ensino fundamental foi
dividido em dois ciclos de quatro
anos cada e os alunos que apresentam dificuldades de aprendizado, em vez de serem reprovados no fim do ano são submetidos
a reforço escolar nas férias", disse
Paulo Renato.
(DF)
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