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RECUPERAÇÃO
Estudante de supletivo se arrepende por ter largado a escola
Alunos defasados tiveram que deixar estudo para rabalhar
ADRIANA SOUZA SILVA
da Reportagem Local
Aos 24 anos, o estudante
Wagner Oliveira acabou de entrar na faculdade na idade em
que deveria concluí-la, se não
fosse pela repetência.
A necessidade de trabalhar
foi, segundo ele, o principal motivo que o levou a repetir de ano
ou mesmo abandonar a escola.
Na 4ª série do ensino fundamental -a primeira vez que repetiu-, sua rotina estava longe
do que é indicado para uma
criança com 11 anos. Estudava
das 7h às 11h e ia direto para
uma metalúrgica, onde trabalhava até as 21h. "Precisava ajudar em casa", diz.
Essa mesma frase é usada
quando ele cita outras ocasiões
em que parou de estudar.
Paulo Eleodoro, 21, está recorrendo ao curso supletivo para
terminar o ensino médio. Foram cinco anos parados na sétima série. Na primeira vez, repetiu por excesso de faltas, por
motivo de saúde. Nas outras, estava trabalhando e não conseguia conciliar as duas coisas.
"Hoje procuro emprego e sei o
quanto esse tempo perdido está
me fazendo falta", afirma.
Sua colega de classe no supletivo Elizabete Oliveira, 34, também se arrepende de ter desistido da escola, aos 22 anos, na 7ª
série. "A gente deixa o estudo
para trabalhar e tem de voltar
porque ficou desempregada."
A exigência do mercado por
profissionais mais qualificados
é confirmada por Agnaldo Silva,
42. Operador de máquinas, ele
afirma que a volta aos bancos
escolares foi incentivada há um
ano pelo chefe.
"Quando vi que a maioria dos
meus colegas tinha o ensino
médio e eu não, senti como se tivesse parado no tempo."
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