São Paulo, quarta-feira, 01 de março de 2000


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Educador brasileiro tem 4º pior salário

da Sucursal de Brasília

O salário anual de um professor do ensino fundamental em início de carreira no Brasil é o quarto pior entre os 45 pesquisados pela OCDE. Só os professores da Turquia, Hungria e Indonésia eram mais mal remunerados do que os brasileiros em 97.
Enquanto no Brasil um professor de escola pública do ensino fundamental em início de carreira recebe por ano R$ 3.596, no Chile o salário anual chega a R$ 16.725.
Segundo o ministro Paulo Renato Souza (Educação), os dados do relatório da OCDE não levam em conta os benefícios trazidos com a implantação do Fundef (fundo de valorização do magistério), em 97.
"Até 98, o Fundef já havia provocado um aumento médio de 12,7% nos salários dos professores no Brasil. Para quem ganhava menos, o impacto chegou a quase 50%. Só que esse aumento não foi captado ainda pela pesquisa da OCDE porque os dados levantados são de 97", explica.
A disparidade entre os salários dos professores brasileiros cai conforme o profissional vai evoluindo na carreira do magistério. Ou seja, quanto mais tempo de carreira tiver o professor, menor será a diferença salarial em relação ao pago nos outros países.
Um professor do ensino fundamental no topo da carreira no Brasil ganha, em média, R$ 11.796 po ano. No Chile, este professor receberia R$ 16.140.
Para Paulo Renato, isso acontece porque as carreiras salariais no Brasil são muito abertas.
"A diferença salarial entre um professor no início de carreira e no topo da profissão no Brasil sempre foi muito grande, porque há uma série de benefícios que são incorporados de acordo com o tempo de serviço. Nos outros países, isso não acontece", diz.
Enquanto no Brasil a diferença entre um professor em início e no fim da carreira pode ser de até dez vezes, nos EUA não passa de quatro e em Cuba é apenas o dobro.
Resolução do CNE (Conselho Nacional de Educação) de 97 estabelece novas diretrizes para carreira e remuneração do magistério, com o objetivo de diminuir o intervalo entre os salários. "Mas poucos Estados já fizeram as alterações sugeridas pelo CNE", diz Maria Helena Guimarães. (DF)


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