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Caso revela mudança política
da Sucursal do Rio
O episódio de ontem sinaliza uma pequena, mas progressiva mudança no tom da
política de segurança de Anthony Garotinho, sua principal plataforma numa virtual
disputa pela Presidência.
Pela primeira vez em 14
meses de governo, Garotinho divergiu publicamente
de Luiz Eduardo Soares, o
representante "humanista"
da área de segurança, que
defende "a aplicação da lei
nos limites da lei" e o respeito aos direitos humanos.
Soares tem a antipatia do setor operacional, representado por Josias Quintal.
O conflito entre essas duas
tendências se repetiu no governo passado, quando o secretário linha-dura Nilton
Cerqueira media forças com
o então chefe de polícia Hélio Luz, hoje deputado estadual no Rio pelo PT.
Quintal nem é, como Cerqueira, um representante da
linha-dura. Assumiu o cargo
em abril de 1999, depois que
Soares derrubou o primeiro
secretário da Segurança de
Garotinho, José Siqueira,
quando descobriu que estava sendo "grampeado".
Soares foi alçado à função
de coordenador de Segurança e, mesmo subordinado a
Quintal, alguns o consideravam o secretário de fato. Viraram inimigos cordiais.
Dois episódios irritaram
Quintal ainda mais: a crítica
de Soares à ação da PM na
investigação sobre envolvimento de angolanos no tráfico, obrigando o governador a um pedido formal de
desculpas a Angola, e a proposta de Soares de criar batalhões comunitários da PM.
Quintal discorda. Soares
havia dito que o projeto começaria a ser implementado
a partir desse mês. Ontem, a
proposta foi tratada pelo governador como algo em análise, com prós e contras.
(FE)
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