São Paulo, quarta-feira, 01 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Caso revela mudança política

da Sucursal do Rio

O episódio de ontem sinaliza uma pequena, mas progressiva mudança no tom da política de segurança de Anthony Garotinho, sua principal plataforma numa virtual disputa pela Presidência.
Pela primeira vez em 14 meses de governo, Garotinho divergiu publicamente de Luiz Eduardo Soares, o representante "humanista" da área de segurança, que defende "a aplicação da lei nos limites da lei" e o respeito aos direitos humanos. Soares tem a antipatia do setor operacional, representado por Josias Quintal.
O conflito entre essas duas tendências se repetiu no governo passado, quando o secretário linha-dura Nilton Cerqueira media forças com o então chefe de polícia Hélio Luz, hoje deputado estadual no Rio pelo PT.
Quintal nem é, como Cerqueira, um representante da linha-dura. Assumiu o cargo em abril de 1999, depois que Soares derrubou o primeiro secretário da Segurança de Garotinho, José Siqueira, quando descobriu que estava sendo "grampeado".
Soares foi alçado à função de coordenador de Segurança e, mesmo subordinado a Quintal, alguns o consideravam o secretário de fato. Viraram inimigos cordiais.
Dois episódios irritaram Quintal ainda mais: a crítica de Soares à ação da PM na investigação sobre envolvimento de angolanos no tráfico, obrigando o governador a um pedido formal de desculpas a Angola, e a proposta de Soares de criar batalhões comunitários da PM.
Quintal discorda. Soares havia dito que o projeto começaria a ser implementado a partir desse mês. Ontem, a proposta foi tratada pelo governador como algo em análise, com prós e contras. (FE)



Texto Anterior: Investigação: Garotinho abafa crise na segurança
Próximo Texto: Coordenador da Segurança reafirma apoio
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.