RONALDO SOARES
da Sucursal do Rio

A polícia do Rio está investigando as circunstâncias da fuga do traficante de drogas Márcio Amaro de Oliveira, o Marcinho VP, 30, do Brasil para a Argentina, no ano passado. Ela quer apurar se o cineasta João Moreira Salles, 35, prestou algum tipo de auxílio para a viagem de Marcinho VP, que é foragido da Justiça brasileira.
Segundo o chefe de Polícia Civil do Rio, Rafik Louzada, essa investigação se baseia em informação obtida pela polícia de que Salles teria sido procurado pela família de Marcinho no ano passado, para que ele o ajudasse a abandonar as atividades criminosas e se estabelecesse em outro país. Se a suspeita for comprovada, Salles poderá ser indiciado por crime de facilitação pessoal.
O cineasta será ouvido na quinta-feira, na Corregedoria da Polícia Civil, que abriu sindicância para apurar denúncia de que policiais teriam grampeado o telefone de Salles e o estariam ameaçando.
O cineasta também será chamado a prestar esclarecimentos na DRE (Divisão de Repressão a Entorpecentes), onde foi aberto inquérito para apurar o caso.
Ontem, a Polícia Federal (PF) solicitou ajuda da Interpol para prender Marcinho VP.
Na crônica policial do Rio, VP é uma sigla para "vapor", o pequeno vendedor de drogas, mas a ficha policial de Marcinho informa que V e P são as iniciais de dois palavrões pelos quais ele era chamado por sua sorte no jogo.



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