São Paulo, quarta-feira, 01 de março de 2000


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Bateria da Tucuruvi terá parada militar

ALENCAR IZIDORO
da Reportagem Local

A bateria da Acadêmicos do Samba do Tucuruvi vai levar ritmos militares para o desfile no Anhembi, na madrugada do próximo domingo.
A inovação na escola de samba de São Paulo está sendo comandada pelo mestre Jorjão, 48, conhecido por ter introduzido batidas funk na bateria da Unidos do Viradouro, campeã do Carnaval carioca de 1997.
"O funk ficou no Rio. Aqui, a ousadia vai ficar por conta da paradinha militar. Tem tudo a ver com o tema", afirma. A escola contará na avenida a história do regime militar, de 1964 a 1984.
Contratado pela Tucuruvi, Jorjão está em São Paulo desde setembro. Trouxe com ele 42 parentes, que representarão quase 20% da bateria de 250 integrantes.
"Eles sempre me acompanham, onde quer que eu esteja. Também existe "gringo" junto comigo", diz Jorjão, fazendo referência a cinco estrangeiros -dois suecos, um holandês e um japonês.
O mestre de bateria os conheceu quando dava um curso na Europa, há cerca de dez anos. Desde então, os cinco estrangeiros sempre acompanham Jorjão nos desfiles de Carnaval.
Jorjão assumiu a bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel em 1988, cargo no qual permaneceu até 1994.
Depois, passou pela Santa Cruz e, em 1996, foi para a Viradouro. No ano seguinte ele surpreendeu ao introduzir batidas funk na bateria da escola. Em 1999, voltou para a Mocidade.

Caixinha
Para trazer Jorjão e outros profissionais cariocas, a Tucuruvi teve que fazer uma caixinha entre os membros da diretoria, segundo o presidente da escola, Hussein Abdo El Selan, o Jamil.
"Foi uma espécie de patrocínio. Não mexemos nos cofres da escola", diz Jamil, que não revela o valor do investimento.
Além do mestre de bateria, a Tucuruvi importou neste ano o mestre-sala Dionísio e a porta-bandeira Paula, ex-Salgueiro, e o intérprete Preto Jóia, ex-Imperatriz Leopoldinense.
A escola tem como carnavalesco, desde o ano passado, Jerônymo Guimarães, ex-Caprichosos de Pilares.


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