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Enredos vão de curandeiro a símbolos do candomblé e dos iorubás; Peruche, que perdeu dois carros em incêndio, é a segunda a desfilar
Cultura africana domina segunda noite
PALOMA COTES
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
No segundo dia dos desfiles das
escolas do Grupo Especial, os
enredos que falam sobre a cultura
africana dominarão a noite.
A Império da Casa Verde, estreante da noite, homenageará
nhô João, curandeiro que viveu
no interior do Estado de São Paulo e ficou conhecido, de acordo
com a escola, pelos projetos sociais que desenvolveu. Depois
vem a Unidos do Peruche.
Há menos de 15 dias, a escola
perdeu dois dos seis carros alegóricos e dezenas de fantasias num
incêndio em seu almoxarifado. Os
prejuízos ultrapassaram os R$
200 mil, e a agremiação vai sair
menor do que esperava.
"Tivemos de refazer o desfile,
correndo contra o tempo, trabalhando dia e noite no Anhembi,
sem nenhuma estrutura, mas esperamos poder compensar todos
os problemas na avenida", disse o
diretor-geral, Hélio de Oliveira.
A montagem, que vai falar sobre
as cidades do "cone leste" paulista
-Vale do Paraíba, serra da Mantiqueira e litoral norte do Estado-, teve de ser resumida.
Depois do susto, a Peruche ainda encontra ânimo para fazer suspense. "Será que Nossa Senhora
Aparecida [padroeira do Brasil]
vai aparecer?", brinca Oliveira. "E,
se for, de que forma aparecerá?".
A terceira escola a entrar no
sambódromo é a Nenê de Vila
Matilde. Com o enredo "É Melhor
Ler... O Mundo Colorido de Um
Genial", a agremiação contará a
história do escritor e cartunista
Ziraldo, que deverá desfilar no segundo carro alegórico.
Voltando com as homenagens a
temas e personalidades afrobrasileiras, a Camisa Verde e Branco
contará a história do marinheiro
João Cândido, líder da Revolta da
Chibata (1910) que lutou pelo fim
dos castigos na Marinha brasileira. Colocar o enredo na avenida
terá um sabor especial para a escola, que já havia tentado apresentar o tema 15 anos atrás, mas
foi censurada na época.
Já a Mocidade Alegre falará sobre símbolos do candomblé e da
civilização iorubá -o que, segundo a escola, é uma volta às raízes.
Penúltima escola a entrar no
sambódromo, a Leandro de Itaquera falará sobre qualidade de
vida e os diretos da população. E,
fechando os desfiles de São Paulo,
a X-9 Paulistana narrará a história
do rio Pinheiros.
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