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Desvalorização do Real prejudicou escolas
DA REPORTAGEM LOCAL
A instabilidade do mercado financeiro e as sucessivas desvalorizações do Real atingiram em
cheio o Carnaval paulistano.
Os preços de adereços indispensáveis, como plumas, rabos-de-galo, paetês e lantejoulas, subiram
no ritmo do dólar, os patrocínios
ainda são magros e a verba oficial
-da Prefeitura de São Paulo e
dos direitos de veiculação do desfile, pagos pela Rede Globo- foi,
como sempre, insuficiente.
Segundo as escolas de samba do
Grupo Especial, cerca de 80% dos
acessórios usados na confecção
de fantasias são importados. "Um
quilo de rabo-de-galo, que não dá
nem para uma fantasia de destaque, custa até R$ 90. E precisamos
usar porque, senão, a escola perde
o luxo", diz Mayra Barbosa dos
Santos, da diretoria da Camisa
Verde e Branco.
Com o aumento dos preços, algumas escolas tiveram de "se virar" e substituir os produtos importados pelos similares nacionais, mas os carnavalescos garantem que, visualmente, os resultados estéticos são os mesmos.
A reclamação sobre a insuficiência da verba oficial é um refrão repetido ano após ano, apesar de a gestão Marta Suplicy (PT)
ter, neste ano, feito o maior investimento na festa desde que assumiu a cidade -R$ 14 milhões.
As escolas dizem que o dinheiro, além de ser pouco, saiu muito
tarde, em janeiro, o que dificultou
a negociação com fornecedores.
"Não se começa a fazer Carnaval
em janeiro. Tivemos de dar cheques pré-datados, o que implica
pagar mais caro", afirma Sandro
Silva Pinto, diretor de Carnaval da
Gaviões da Fiel.
Segundo Rubens Bossino, do
Anhembi, o calendário de repasses deste ano foi até melhor que o
de 2002, quando, depois do Carnaval, as escolas ainda recebiam
verba.
(PC E MV)
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