|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POLÍCIA
CPIs apontaram outros crimes
Empresário é preso por sonegação em SP
CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
O empresário Ari Natalino da
Silva, 43, dono da distribuidora de
combustíveis Petroforte, com sede em Paulínia (126 km a noroeste
de São Paulo), foi preso às 7h de
ontem pela Polícia Federal, no
momento em que fazia exames
médicos no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
O mandado de prisão baseou-se
em provas que ligam Silva a crimes de sonegação fiscal.
A PF também está cumprindo
outros 18 mandados de busca e
apreensão de documentos em estabelecimentos e casas de pessoas
ligadas a Silva, em todo o país.
Apesar de detido, Silva ainda
não deixou o hospital. A PF informou que ele está fazendo tratamento contra leucemia e deve
deixar o local em um período estimado entre 24 e 72 horas. Quando
receber alta, deve ser transferido
imediatamente para a carceragem da PF em São Paulo.
Silva foi apontado na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)
federal do Narcotráfico e pelas comissões estaduais do Roubo de
Cargas e dos Combustíveis por
crimes de receptação, tráfico, sonegação de impostos e adulteração de combustíveis.
"Pelo que apuramos, ele [Silva]
usava um expediente muito eficaz, obtendo liminares para não
pagar impostos e abandonando,
trocando ou colocando empresas
no nome de laranjas quando condenado", disse o relator da CPI
dos Combustíveis, deputado Arnaldo Jardim (PPS).
Segundo Jardim, a dívida da Petroforte com o Estado de São Paulo é de pelo menos R$ 18 milhões
em impostos. Ele também estaria
respondendo a cerca de 2.000
ações trabalhistas movidas contra
suas empresas e a pelo menos 27
inquéritos judiciais.
Em Paulínia, pelo menos 60
motoristas da Paul ResiPetro, antiga Petroforte, não recebem salários há três meses.
O empresário chegou a ser preso em 29 de maio de 2001, mas ficou detido somente cinco horas
porque a Justiça mandou soltá-lo.
Falência
Em 30 de agosto de 2001, a Justiça de São Paulo decretou a falência da Petroforte. O pedido foi feito pela Nova União S.A. Açúcar e
Álcool, de Serrana (SP), por causa
de uma dívida de R$ 4,7 milhões
que a Petroforte tem com a usina.
Hoje, a Petroforte possui alguns
postos revendedores apenas no
interior de São Paulo. A empresa
chegou a ser uma das dez maiores
do país há cerca de dois anos.
Texto Anterior: Para "Le Monde", ações têm data escolhida Próximo Texto: Outro lado: "Ele apenas deve impostos", afirma advogado Índice
|