São Paulo, sábado, 01 de março de 2008

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A casa vai cair, diz vítima de tremores no CE

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SOBRAL

A primeira reação da aposentada Rita Barbosa, 75, aos abalos sísmicos da madrugada de ontem na comunidade de Jordão, em Sobral, foi a pior possível: "Meu pai do céu, a casa vai cair", disse.
Seu relato dos tremores é parecido com os de outros moradores: cama ou rede tremendo, barulho de telhas chacoalhando e um estrondo forte.
Muitos deixaram suas casas ao primeiro tremor -o mais forte, à 1h50 da madrugada. "Não entro em casa desde aquela hora. Nem comida hoje cozinhei, estamos sem dormir nem comer", disse a dona-de-casa Maria Barbosa, 43.
Os abalos mais fortes se estenderam até as 5h, mas foi possível sentir sismos mais fracos durante todo o dia.
Com a proximidade da noite e a demora na entrega de lonas para abrigos provisórios, muitos procuravam se proteger sozinhos. O agricultor Isaías dos Santos, 38, tentava erguer duas estacas no campo de futebol da localidade para pendurar uma rede para os filhos dormirem.
A distribuição das lonas só ocorreria à noite para que fossem identificadas apenas as pessoas que não quisessem dormir em casa, disse Francisco Brandão Neto, da Defesa Civil cearense.
Em um abrigo de lona montado desde o último abalo sísmico na localidade, há 14 dias, a família de Manuel da Costa Pereira, com quatro pessoas, dividia o espaço com outras cinco pessoas de uma família vizinha. "Enquanto um dorme, outro fica acordado, porque não cabe todo mundo", afirmou.


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