São Paulo, segunda, 1 de março de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CORRUPÇÃO
Vereadores que votaram contra a apuração das denúncias pela Câmara de SP cedem à pressão popular
PMDB decide apoiar CPI da oposição

CLÁUDIA COLLUCCI
da Redação


A bancada do PMDB na Câmara de São Paulo recuou e decidiu ontem votar favoravelmente à formação de CPI, proposta pela oposição, para apurar as denúncias de corrupção nas administrações regionais. A bancada é composta por quatro vereadores -Milton Leite, Antônio Goulart, Jooji Hato e Lídia Corrêa.
Na terça, apenas Lídia votou a favor da CPI proposta pelo vereador José Eduardo Cardozo (PT). A CPI foi vetada por 29 votos a 24.
Com a decisão do PMDB, a oposição conta agora com 27 votos favoráveis à formação da CPI. Com 28, consegue sua aprovação. A Folha apurou que o 28º voto deve ser do vereador Jorge Taba (PDT). Um novo pedido, com algumas alterações, deve ser apresentado esta semana pela oposição, formada por PT, PSDB e PC do B.
Segundo Jooji Hato, 49, a bancada resolveu apoiar a CPI ao perceber que ela é uma exigência da opinião pública. "Nunca fomos contra a apuração das denúncias. Em um primeiro momento, achamos que as investigações da polícia e do Ministério Público eram suficientes para apurar o caso." Hato diz que a bancada do PMDB teme que a CPI da oposição seja de "cartas marcadas".
"Vamos apoiar de qualquer maneira, mas defendemos um outro nome", afirmou ele.
O vereador Adriano Diogo (PT) afirma que o partido não abre mão de que José Eduardo reapresente o pedido de CPI. "Ele tem formação técnica suficiente para conduzir a CPI e foi quem teve iniciativa de apresentar o projeto."
Além do pedido de CPI da oposição, a Câmara pode ter esta semana outro projeto para colocar em votação.
Uma proposta, protocolada pelo vereador Brasil Vita (PPB), defende a criação de uma CPI só após a conclusão das investigações do Ministério Público.
Além disso, a proposta livra os secretários, o prefeito e os vereadores da investigação.
Apesar de a situação ter apresentado o pedido, os próprios vereadores governistas dizem que a proposta vai ser rejeitada.
²

Pacote O presidente da Câmara, Armando Mellão (PPB), decide hoje se o pacote de medidas proposto pelo prefeito Celso Pitta (PPB) para alterar a estrutura das administrações regionais pode ser colocado em votação na sessão de amanhã do Legislativo.
A avaliação das medidas na Câmara dependia, na semana passada, de um parecer conjunto das comissões de Justiça, Administração e Finanças.
Essas comissões tinham 30 dias, a partir da semana passada, para emitir o parecer sobre a legalidade das propostas de Pitta, mas poderiam reduzir o prazo devido a um pedido de urgência na votação feito pelo prefeito.
²


Colaborou João Carlos Silva, da Reportagem Local


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.