da Reportagem Local

Depois de 20 anos, a homeopatia brasileira ganhará uma versão atualizada de sua farmacopéia, uma espécie de guia oficial que define fórmulas e preceitos relativos à preparação de medicamentos. A farmacopéia em uso é de 1976.
O anúncio foi feito na semana passada no 1º Congresso Brasileiro de Farmácia Homeopática realizado em São Pedro (210 km a noroeste de SP). ``É uma antiga reivindicação'', diz Maria Isabel de Almeida Prado, que presidiu o encontro.
A nova farmacopéia significa uma espécie de globalização da homeopatia brasileira, afirma Luiz Antonio Silva de Freitas, da Associação Paulista de Homeopatia.
Com o novo ``manual'', quase todas as fórmulas, normas de manipulação e linguagem da homeopatia brasileira estarão em sintonia com a farmacopéia mundial.
``É um passo fundamental para um melhor controle de qualidade dos produtos'', diz Maria Isabel. A revisão da farmacopéia coincide com um boom da homeopatia no país. Entidades afirmam que já são mil farmácias no país, 2.000 farmacêuticos e cerca de 8.000 médicos, 5.000 com título de especialidade. Os pacientes chegariam a 5 milhões. Os números são cinco vezes maiores que 15 anos atrás.
A tendência é de crescimento, diz Maria Isabel. Numa época em que o sistema de saúde se deteriora, a procura por uma medicina preventiva é cada vez maior.
``Além de curativa, a homeopatia é essencialmente preventiva'', diz Freitas. ``Trata-se de uma terapia eficaz, barata, rápida e sem efeitos colaterais.''
Criada há 200 anos por Christian Hahnemann, a homeopatia é praticada no Brasil há um século e meio. Hoje, faz parte dos planos de saúde e do serviço público.
(AURELIANO BIANCARELLI)

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