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20% da frota utiliza as marginais diariamente
DA REPORTAGEM LOCAL
As marginais são consideradas
estratégicas no trânsito de São
Paulo até por causa da quantidade de veículos que as utilizam diariamente. Na Tietê, são 700 mil
por dia. Na Pinheiros, 400 mil por
dia. É como se 20% da frota paulistana de 5,3 milhões passasse
por uma delas diariamente.
A última grande intervenção de
tráfego nas marginais aconteceu
por causa de obras emergenciais
na ponte dos Remédios, em 1997,
cuja estrutura estava ameaçada.
Na época, as pistas chegaram a ser
totalmente interditadas, mas os
principais consertos foram feitos
em menos de um mês.
As obras de rebaixamento da
calha do Tietê foram divididas em
quatro lotes, totalizando 24,5 km
de extensão. A idéia é que as implosões ocorram diariamente em
só dois trechos, até mesmo por
causa da quantidade de funcionários. Também poderão ser programadas implosões mais demoradas nas manhãs de domingo.
Nos primeiros 16 meses, a obra
ficará restrita ao sentido Lapa-Penha. Mas, quando houver implosões, a interdição vai atingir os
dois lados da via, por motivo de
segurança. Nos 14 meses restantes, os impactos no sentido Penha-Lapa devem ser atenuados, já
que está prevista a utilização de
barcas para transportar parte da
terra -na primeira fase isso não é
possível porque não há profundidade suficiente no rio.
As obras de despoluição do rio
Tietê, que afetarão as pistas da
marginal Pinheiros, vão durar 40
meses e deverão iniciar na altura
da estação de trem de Pinheiros,
seguindo em direção a Interlagos.
Nos dois casos, a CET poderá
discutir a possibilidade de ampliar as interferências no trânsito
pela manhã e à tarde, fazendo bloqueios em uma das faixas mesmo
nos horários de maior fluxo. A entrada e saída de caminhões nos
canteiros seriam permitidas desde que as construtoras bancassem
projetos mais caros -por exemplo, a criação de uma quinta faixa
na pista expressa das marginais.
Especialistas de trânsito ouvidos pela Folha avaliam que a programação das interferências viárias -que estão sendo discutidas
há mais de um ano na CET- deve reduzir os danos ao trânsito.
"Não adianta ficar pensando
que tudo vai ser ruim. A comunidade precisa entender a importância da obra e se organizar para
minimizar os efeitos negativos.
Por ser uma obra planejada e de
longo prazo, e não uma situação
imprevista, emergencial, os motoristas poderão fazer uma programação das viagens de acordo
com as restrições", afirma Gilberto Lehfeld, ex-presidente da CET.
Roberto Scaringela, ex-presidente e fundador da CET, diz que
a dimensão das obras, principalmente na marginal Tietê, deve ser
maior que a da construção das
primeiras linhas do Metrô, nos
anos 70. "Vai ser um canteiro de
obras de 25 km. Nunca tivemos
algo parecido. Vai ter muita coisa
previsível e imprevisível. Mas a
obra, no futuro, terá impacto positivo no próprio trânsito, reduzindo as enchentes", afirma.
(AI)
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