DA REPORTAGEM LOCAL

O cumprimento das metas da despoluição do rio Tietê no que diz respeito a coleta e tratamento de esgoto doméstico vai depender de a Sabesp convencer a população a se conectar à rede.
A companhia leva a conexão até a porta do estabelecimento comercial ou residencial, mas não pode obrigar o proprietário, locatário ou morador a fazer a ligação interna nem realizá-la por ele.
As dificuldades para o "convencimento" são de ordem financeira -a ligação implica custos e, depois de conectado à rede coletora, o imóvel passa a pagar o dobro na conta de água-, de consciência da importância ambiental e para a saúde pública da coleta do esgoto e do costume em ter uma solução "alternativa" para o problema -como fossas sépticas. Há ainda as ligações clandestinas.
Por isso a Sabesp fará uma campanha de conscientização. Segundo Sérgio Lapastina, gerente de comunicação da companhia, cada imóvel a ser conectado receberá uma carta informando os benefícios e a importância do afastamento e do tratamento do esgoto.
Na avaliação dele, é mais fácil convencer quem vive nas áreas mais desassistidas, porque essas pessoas sentem as consequências da falta de saneamento básico "na pele", enquanto o dono de um escritório em um prédio da Berrini (muitos deles não estão ligados à rede coletora) nem se dá conta de que o problema existe.
"É preciso ter consciência ainda de que a culpa não é exclusiva do esgoto. Lixo e poluição difusa [poeira, restos de poda etc.] também sujam os rios", diz Silvio Leifert, da Sabesp. (MV)


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