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DROGAS
Conselho de Medicina e Unifesp criam rede de apoio
Tratamento e apoio vão substituir punição para médico dependente
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Até agora, os dramas e os riscos
de um médico dependente de álcool e drogas só eram revelados
quando o problema chegava aos
conselhos regionais de medicina
(CRMs). Em geral, o caso era resolvido com cassação da carteira.
Daqui para a frente, o médico
dependente passará a ser visto como alguém que precisa de ajuda e
tratamento. Na segunda-feira, o
CRM de São Paulo e a Unifesp
(Universidade Federal de São
Paulo) inauguram a Rede Estadual de Apoio a Médicos Dependentes Químicos. Profissionais e
familiares terão acesso a um serviço telefônico 24 horas por dia.
Uma equipe de 20 psiquiatras e
dez serviços especializados, privados ou ligados a universidades,
estarão à disposição.
A necessidade dessa rede surgiu
de uma pesquisa realizada pela
mesma parceria Unifesp-CRM
com 206 médicos dependentes.
A pesquisa revelou que 84,5%
deles já tinham tido problemas na
profissão, quase 70% relataram
problemas no casamento, 62% já
tinham sido internados, 41% disseram ter sofrido ou provocado
acidente de carro e quase 30% já
tinham perdido um emprego.
Outras pesquisas já haviam
apontado o médico como um dos
profissionais mais estressados e
que mais demoram para procurar
ajuda. O acesso livre a medicamentos controlados como barbitúricos e opióides só aumenta o
risco do uso e da dependência.
"O mérito dessa iniciativa é o
CRM reconhecer que o médico
dependente precisa de tratamento, não de punição", diz Ronaldo
Laranjeira, psiquiatra da Unifesp
e coordenador da Rede de Apoio.
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