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Cúpula da Segurança municipal se demite
Coordenador de Segurança da prefeitura, coronel Alberto Silveira entregou cartas de demissão de 11 oficiais ontem
Coronel reconheceu "que existiam divergências do ponto de vista operacional'; no entanto, alegou motivos pessoais para a decisão
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O comando da Segurança Urbana de São Paulo apresentou
ontem pedido de exoneração
em meio a uma crise na prefeitura. Às 18h30 de ontem, o
coordenador de Segurança da
cidade, coronel Alberto Silveira
Rodrigues, entregou as cartas
de demissão de 11 oficiais -inclusive a dele- ao secretário de
Governo, Clóvis Carvalho.
Comandante-geral da Polícia
Militar na gestão de Geraldo
Alckmin, o coronel Alberto será
substituído pelo secretário-executivo do Gabinete de Segurança do município, o advogado
Edsom Ortega, com quem tinha graves divergências.
O coronel Alberto reconheceu "que existiam divergências
do ponto de vista operacional".
A Folha apurou que as diferenças não se restringiam a Ortega, que atua como coordenador
de ação integrada na Segurança. O coronel enfrentava problemas com Clóvis Carvalho.
Ele, no entanto, alegou motivos
pessoais para a decisão. "Estava muito cansado. A paciência
fica curta", disse.
Segundo ele, todo o comando
entregou o cargo por "um sentimento de lealdade e ética". Os
11 oficiais esperam agora a publicação da exoneração no
"Diário Oficial".
"Estávamos todos cansados",
disse o coronel Alberto.
Convidado para o cargo em
janeiro de 2005 pelo então prefeito José Serra (PSDB), o coronel contava com o apoio do
governador e do secretário de
Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo.
Há 20 dias, os dois intervieram para conter a crise, impedindo a exoneração do coronel.
O coordenador de Segurança
tinha acertado sua saída com
Clóvis Carvalho no dia 8 de
abril, após áspera conversa. Pelo acerto, a decisão seria publicada no DO de sábado.
Porém, informado, o chefe
da Casa Civil, Aloysio Nunes
Ferreira, também atuou para
debelar o problema. Além do
apoio ao trabalho do coronel,
havia o risco da repercussão
política da saída de um alckmista da prefeitura.
Ligado ao ex-secretário de
Segurança Saulo de Castro
Abreu Filho -um dos coordenadores da campanha de Alckmin à prefeitura-, Alberto Rodrigues tinha se comprometido
a colaborar com o tucano. Ele
chegou a se reunir com Alckmin há cerca de dois meses. Na
campanha, sua função será a de
oferecer dados sobre segurança na cidade.
Segundo tucanos, a incompatibilidade com Ortega seria
uma das causas da exoneração.
Em seu trabalho, o coronel Alberto conta com a solidariedade e o empenho da Polícia Militar. Mas enfrenta problemas
com os sindicatos da Guarda
Civil, sobre os quais Ortega teria influência.
O coronel Alberto tinha como avalista o secretário Andrea Matarazzo, a quem se reportava diretamente.
Embora o coronel admita somente diferenças operacionais,
o caso promete ganhar coloração política. No início de abril,
alckmistas atribuíam a exoneração a motivações políticas.
Em 1999, Ortega foi secretário de Assistência Social do Estado. Na prefeitura, foi presidente da Cohab (Companhia
Metropolitana de Habitação).
Procurado à noite pela Folha, o prefeito Gilberto Kassab
(DEM) não foi encontrado.
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