São Paulo, sábado, 01 de junho de 2002

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Debate alertou sobre risco à saúde

DA REPORTAGEM LOCAL

Falta preparo aos ginecologistas para atender as mulheres homossexuais. Por isso elas fazem menos visitas ao profissional e exames preventivos e correm mais risco de ter alguns tipos de doenças, como o câncer de mama.
Este foi um dos temas do evento "Homossexualidade Feminina", realizado no auditório da Folha no último dia 29.
"Os ginecologistas não são sensíveis à diversidade sexual. Parte-se do princípio de que toda mulher é heterossexual", afirmou Wilza Villela, assistente de direção do Instituto de Saúde da Mulher da Secretaria de Estado da Saúde.
O fato de os médicos não serem sensíveis não deve inviabilizar a visita, disse Wilza. As mulheres que fazem sexo com mulheres devem deixar clara sua orientação sexual e cobrar a assistência adequada. De acordo com Wilza, para prevenção de problemas ginecológicos, todos os acessórios eróticos devem ser utilizados com a proteção de camisinha.
Wilza destacou ainda que o câncer de mama é mais comum entre as mulheres homossexuais porque muitas não amamentam -a amamentação é um dos fatores de proteção contra o câncer.

Relacionamentos
Wilza também falou da necessidade de fuga dos estereótipos nas relações amorosas. "Não existem padrões para o desejo, não há modelos. É importante que a mulher se permita", afirmou a psicóloga Célia Morais Pabst.
A jornalista Márcia Y. Guelpa, homossexual de origem cigana e muçulmana, falou de sua experiência. "Allah [designação de Deus entre os muçulmanos" nos fez assim e somos aceitas."
Segundo ela, sua tribo cigana hoje aceita sua orientação sexual.
Valéria Albuquerque, comerciante de produtos eróticos, explicou que 80% do público-alvo desse mercado é feminino. "Existem 2.000 itens, alguns deles baseados em pesquisas da Nasa (agência espacial americana)."



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