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Enterro se transforma em protesto
DA SUCURSAL DO RIO
DA AGÊNCIA FOLHA
O enterro do agente penitenciário Marco Antônio Borgatte, 43,
virou ontem um ato de protesto
contra o secretário de Segurança
Pública do Rio, Anthony Garotinho, e a administração do sistema
penitenciário do Estado. Borgatte
foi morto no domingo por presos
na Casa de Custódia de Benfica.
Em discurso logo após o sepultamento, o presidente do Sindicato dos Servidores da Secretaria de
Justiça, Paulo Roberto Ferreira,
49, culpou o governo do Rio pela
morte do colega e afirmou que o
episódio "vai custar caro" a Garotinho. A categoria planeja uma
greve para depois da rebelião.
"Política nefasta"
"Isso [a rebelião] é fruto de uma
política nefasta. O inferno ainda
não acabou, mas, assim que a rebelião terminar, vamos dar uma
resposta. Vamos tirar a máscara
desse secretário mentiroso", disse, sob aplausos de cerca de 300
pessoas.
A assessoria de Garotinho disse
que ele não daria entrevistas.
Segundo Ferreira, os amotinados da casa de custódia retiraram
o colete de agente penitenciário
de Borgatte antes de matá-lo e o
obrigaram a vestir a farda de
agente prestador de serviço, guardas terceirizados em uma cooperativa. Por isso Ferreira disse acreditar que a ação tenha sido premeditada, o que desmentiria a
versão de que Borgatte tentou fugir e por isso foi alvejado.
"Uma tragédia." Foi o que disse
o ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, sobre o caso.
Para Bastos, não existe uma "solução mágica" para resolver o
problema do sistema penitenciário no país, que ele considera
"muito ruim", mas várias medidas que começam a ser implementadas aos poucos.
Entre as medidas necessárias
para melhorar o sistema penitenciário brasileiro, Bastos citou a
aplicação de penas alternativas e a
informatização das prisões.
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