DA REPORTAGEM LOCAL

O carcereiro Marcos Tadeu de Almeida, 29, já estava sob investigação por causa da saída, pela porta da frente, de um preso no 27º DP (Campo Belo) em circunstâncias duvidosas. Apesar disso, ele continuava na função.
Segundo o delegado Antonio Chaves Martins Fontes, diretor do Decap, Almeida liberou, erroneamente, um detento 15 dias atrás. O alvará de soltura mandava libertar um preso acusado de lesão corporal -a acusação inicial, revista pela Justiça, era de tentativa de homicídio-, mas o carcereiro liberou um suspeito de assalto.
"Existem fotos dos presos na delegacia para que isso não aconteça. Mas pode ter havido um engano", disse Martins Fontes. Segundo ele, o caso foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil e foi aberta uma sindicância, mas Almeida não foi afastado.
Ele está há quatro anos na polícia e há dois no 27º DP. Só foi preso e autuado por facilitação de fuga depois de uma reunião entre cinco delegados. A pena é de um a quatro anos de prisão.
O delegado Aldo Galiano Júnior, titular da Seccional Sul (que engloba a área do 27º DP), relatou também que o carcereiro evitou a reação de policiais que estavam no distrito. Almeida teria impedido o delegado plantonista de sacar a arma durante a abordagem.
O ato foi interpretado como uma atitude de precaução até que alguns presos decidiram revelar que o carcereiro obrigou detentos a fugir. Os criminosos ainda levaram as pistolas dos policiais.
O delegado seccional também disse que os dois criminosos que chegaram ao plantão identificaram imediatamente Almeida como o carcereiro, o que teria despertado suspeitas dos colegas.
A reportagem não conseguiu falar com o carcereiro. Ele nega envolvimento no crime, segundo a polícia. Martins Fontes afirmou que Almeida não falaria à imprensa. O carcereiro foi levado para o presídio da Polícia Civil.


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