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LEGISLATIVO
Regulamentação da atividade causa polêmica entre astrólogos
Projeto de lei pretende profissionalizar astrologia
TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL
Em tramitação no Congresso,
um projeto de lei pretende transformar a astrologia em profissão.
A regulamentação da atividade
está causando polêmica entre os
próprios astrólogos, que se dividem em grupos favoráveis e contrários à medida. Astrônomos
também se opõem à idéia.
Aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado, o projeto agora aguarda votação no plenário. De autoria do senador Artur da Távola (PSDB-RJ), líder do
governo no Senado, a proposta
prevê jornada de seis horas diárias e define quem poderá exercer
a astrologia e as atribuições dos
profissionais -entre elas, "cálculo e elaboração de cartas astrológicas de pessoas, entidades jurídicas e nações utilizando tabelas e
gráficos do movimento dos astros
para satisfazer às indagações do
público".
Na internet, listas de discussão
de astrólogos debatem o assunto
há pelo menos um mês. "Não podemos atrelar a astrologia a uma
estrutura caduca", afirma Barbara Abramo, colunista da Folha.
"Pela natureza da linguagem, os
praticantes da astrologia são livres e desvinculados de regras e
imposição de qualquer tipo, caso
contrário não poderiam trabalhar
pela liberdade do homem", afirma Valdenir Benedetti, que trabalha na área há 20 anos.
Para Celisa Baranger, presidente do Sinarj (Sindicato dos Astrólogos do Rio de Janeiro), que congrega cerca de 600 profissionais, a
lei deve moralizar a atividade.
"Com a regulamentação, o desempenho da profissão será feito
com mais responsabilidade",
acredita Celisa.
Távola concorda. "O projeto regulamenta uma atividade que
vem sendo exercida de maneira
ilegal, nem sempre de modo correto, ao mesmo tempo em que
existem pessoas sérias trabalhando com o assunto."
A SAB, Sociedade Astronômica
Brasileira, lançou uma manifesto
de condenação à medida. "Não é
correto formalizar uma coisa que
não é séria", afirma Jane Cristina
Gregorio Hetem, vice-presidente
da SAB. Não existe regulamentação para a astronomia.
Para o autor da lei, a astrologia é
discriminada pela sociedade contemporânea. "Faz parte da arrogância ocidental rejeitar qualquer
forma de conhecimento que não
venha exclusivamente da racionalidade do Ocidente", diz, completando que "o país tem deficiências
nas questões de regulamentação
de profissões".
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