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São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2003
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PISTA ESCORREGADIA 11 toneladas de lodo foram derramadas; houve engavetamento Esgoto interdita trecho da marginal Tietê por 11 horas
DA REPORTAGEM LOCAL O vazamento de 11 toneladas de lodo de esgoto (resíduo que sobra após o tratamento do efluente doméstico) foi responsável, ontem de manhã, por um engavetamento envolvendo 15 carros e uma moto e pela interdição, durante 11 horas, de um trecho de 1,5 km da marginal Tietê, por onde passam por dia cerca de 700 mil veículos. A demora na limpeza do material derramado resultou num congestionamento que tomou praticamente toda a pista local da via no sentido do aeroporto de Guarulhos e só melhorou no início da tarde -além de ter deixado o motoqueiro levemente ferido. Na pista expressa, a lentidão atingiu 15 km de extensão. O lodo vazou de um caminhão basculante da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), na pista expressa da marginal, altura da ponte do Tatuapé (zona leste), por volta da 0h30. O material cruzava a capital, indo da estação de tratamento de esgoto de Barueri (área oeste da região metropolitana) para São Miguel (extremo leste do município de São Paulo), onde seria secado e aterrado. Como a pista ficou escorregadia, os carros derraparam, não conseguiram parar e acabaram batendo uns nos outros. Embora não tenha sido multada pelo acidente, a Sabesp informou que vai arcar com as despesas de reparo dos veículos danificados. Apesar dos transtornos causados aos motoristas, tanto a Sabesp como a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que fez a interdição e os desvios no trânsito, sustentam que o problema foi resolvido antes do esperado. O trecho interditado da marginal começou a ser reaberto às 11h20; a previsão inicial, dizem, era que isso ocorresse apenas no início da tarde. O pico de congestionamento ontem de manhã na capital foi de 59 km, às 9h30, índice considerado normal pela CET. Informada pela prefeitura do problema por volta da 1h30, a Sabesp só começou os trabalhos de limpeza do local duas horas mais tarde. O número de funcionários mobilizados para o trabalho (sete ao todo) mostrou-se insuficiente. Apenas por volta das 6h, quase cinco horas depois do acidente e quando o movimento na marginal já começava a se intensificar, os carros foram removidos e chegou o reforço de pessoal: cerca de 30 técnicos da empresa e dez homens da Subprefeitura da Mooca. Segundo a Sabesp, o fato de o acidente ter ocorrido de madrugada, o volume e a natureza do material derramado contribuíram para o atraso no início da remoção. A empresa argumenta que, por causa do horário, foi mais difícil reunir a equipe e que a limpeza do lodo não foi simples. O material foi coberto com areia e retirado por uma pá mecânica. Depois a pista foi lavada, e os técnicos tiveram de comprovar que não estava mais escorregadia. Segundo a Sabesp, o esgoto que caiu na pista passou por uma drenagem, em que é acrescida gordura, o que deixou a pista escorregadia e provocou o engavetamento. A causa do vazamento ainda está sendo investigada, mas é provável que uma falha mecânica tenha levado ao rompimento de uma trava da porta da carroceria (que se abre simplesmente com o peso do material carregado). Só depois de andar cerca de 800 metros com o caminhão semi-aberto, o motorista percebeu que o carga estava derramando. "Esse tipo de esgoto é sólido, parece areia. Como o trecho onde começou o vazamento estava escuro, o motorista não percebeu imediatamente o que acontecia", disse a gerente de tratamento de esgoto da Sabesp, Márcia Nunes. De acordo com a Sabesp, o transporte dos resíduos de tratamento de esgoto para São Miguel é comum de madrugada, e não havia até então registro de vazamentos semelhantes. O lodo é formado basicamente por rejeitos orgânicos e não é tóxico. Colaborou o "Agora" Texto Anterior: Trânsito: SP cobra 2,5 milhões de multas atrasadas Próximo Texto: Transporte: Metroviários cancelam nova greve Índice |
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