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TRANSPORTE
Sindicato aceita reajuste em 3 vezes; nova assembléia será na 2ª
Metroviários cancelam nova greve
DA REPORTAGEM LOCAL
O sindicato dos metroviários
decidiu ontem à noite, em assembléia, suspender a greve que poderia começar hoje. A categoria
aceitou a determinação do presidente do TST (Tribunal Superior
do Trabalho), ministro Francisco
Fausto, de dividir o reajuste salarial de 18,13% em três vezes.
O ministro acolheu parcialmente um pedido do Metrô (Companhia do Metropolitano de São
Paulo), que entrou com recurso
na tentativa de suspender a sentença do TRT. No dia 29 de maio,
o tribunal havia determinado o
pagamento imediato de um reajuste salarial de 18,13%.
Fausto determinou o pagamento imediato de 12,13%. O restante
deverá ser pago em duas parcelas
de 3% cada, em janeiro e março
do ano que vem.
O ministro fixou multa de 1%
sobre o valor total da folha mensal
de pagamento por dia de atraso
no cumprimento da decisão, para
obrigar o Metrô a acatá-la. Se a
multa for aplicada, o dinheiro arrecadado será repassado ao Sindicato dos Metroviários do Estado
de São Paulo.
Segundo o despacho do ministro, o Metrô deve cumprir a determinação até que o TST se pronuncie definitivamente a respeito.
"A categoria aceitou a proposta
do TST. Não é uma proposta boa,
mas entendemos que foi a melhor
possível. Vamos esperar agora
que o Metrô aceite também", afirmou Onofre Gonçalves de Jesus,
do sindicato dos metroviários.
A assessoria de imprensa do
Metrô informou que a direção da
empresa se reuniu para analisar o
impacto da determinação na folha de pagamento e que se manifestará hoje sobre o assunto.
No recurso ao TST, o Metrô argumentou que não tinha condições financeiras de arcar com o
reajuste fixado pelo TRT.
A companhia afirma que o aumento de 18,13% elevaria em R$
98 milhões os gastos anuais
-quebrando um equilíbrio primário entre receita e despesa, já
que a folha de pagamento passaria a comprometer 81% da arrecadação (índice que hoje é de 68%).
No entanto a possibilidade de
greve não está descartada. Uma
nova assembléia foi marcada para
a próxima segunda-feira. Caso o
Metrô se mostre contra a determinação do TST e não deposite o
reajuste dos funcionários, a categoria pode iniciar uma nova greve
na próxima semana.
No último dia 17, os metroviários realizaram uma greve de dois
dias para forçar a companhia a
pagar o reajuste.
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