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URBANISMO
Condephaat decide manter texto de resolução que, para o Ministério Público, impede construção de auditório no Ibirapuera
Conselho não altera tombamento de parque
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
O colegiado do Condephaat
(Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico) decidiu ontem
não alterar a resolução de tombamento do parque Ibirapuera.
Essa possibilidade foi levantada
na semana passada pelo presidente do órgão, José Roberto Melhem. O intuito da alteração seria
deixar clara, no novo texto, a legalidade da construção de um auditório de música no parque.
O Ministério Público contesta a
obra baseado em um artigo da resolução do Condephaat, que proíbe o aumento da área construída.
Na semana passada, o órgão entrou com uma ação contra a obra
na 5ª Vara da Fazenda Pública.
Melhem chegou a afirmar, na
semana passada, que, caso o colegiado aprovasse a alteração, a
ação do Ministério Público perderia o objeto. "A nova lei vai dizer
claramente qual era a nossa intenção." Entretanto, em vez da alteração, o colegiado optou por
manter o texto como estava e por
elaborar um documento no qual
ratifica a autorização da obra com
argumentos jurídicos.
"O colegiado concluiu que, se
nós formos alterar a redação para
tornar mais clara a resolução para
quem interpretou mal, não paramos de mexer nas nossas resoluções", explicou Melhem.
Na semana passada, a prefeita
Marta Suplicy disse que o Condephaat modificaria a resolução e
que ficaria clara a autorização para a construção do auditório.
O secretário do Verde e do Meio
Ambiente, Adriano Diogo, nega
que a prefeitura tivesse expectativas relacionadas à alteração da resolução de tombamento. "Foi
melhor assim. Se eles tivessem
modificado, abriria ensejo para
dizer que era um casuísmo."
Segundo Melhem, o documento
será apresentado ao juiz Rômulo
Russo Júnior, caso ele peça mais
informações ao órgão sobre a resolução de tombamento. O juiz
convocou a prefeitura e o Ministério Público para uma audiência
na próxima sexta-feira.
Abaixo-assinado
O senador Eduardo Suplicy entregou ontem a Luiz Antonio Guimarães Marrey, procurador-geral
de Justiça de São Paulo, um requerimento assinado por mais de
200 usuários do Ibirapuera favoráveis à construção do auditório.
Suplicy considerou a conversa
"positiva", embora Marrey tenha
lhe dito que a decisão só poderia
ser revista a partir de fatos novos.
Para Marrey, ainda não é possível saber qual a posição da maioria dos usuários do parque sobre
o auditório. "Nem se trata de fazer
um plebiscito sobre isso, mas sim
de verificar a legalidade."
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