UOL


São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COMPORTAMENTO

Redução aconteceu entre 1998 e 2002; governo do Estado quer investir na prevenção à segunda gravidez

Número de mães adolescentes cai 21% em SP

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DAS REGIONAIS

O número de mães adolescentes, com idade entre dez e 19 anos, caiu 21,4% no Estado de São Paulo entre 1998 e o ano passado -os dados foram divulgados ontem pela Secretaria da Saúde.
Amanhã, a secretaria se reúne com a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a Organização Pan-Americana de Saúde para discutir avanços na política de prevenção à gravidez adolescente.
As mães nessa faixa corresponderam a 19,19% (116.368) dos partos de 2002. Quatro anos atrás, o número era de 20,23% (148.018).
Com esse quadro de redução, diz a coordenadora do Programa Saúde do Adolescente da secretaria estadual, Albertina Duarte Takiuti, é preciso investir na redução da segunda gravidez -o Ministério da Saúde estima que cerca de 40% das jovens engravidem três anos após o primeiro parto.
A pesquisa indica queda nos casos de garotas de dez a 14 anos: 4.528 partos (0,62% do total), em 1998, e 3.764 (0,5%), no ano passado. "Comemoramos mesmo essa pequena margem, um empate seria bom. Há uma tendência mundial de mães cada vez mais jovens", disse Albertina Takiuti.
Segundo ela, o governo quer apoio de organismos internacionais para ampliar o acompanhamento de mães adolescentes, para evitar que voltem a engravidar.
Takiuti atribui a queda nos índices ao modelo de prevenção adotado em 1998, após uma pesquisa revelar desacertos na abordagem.
Das 2.500 entrevistadas, 90% conheciam algum método anticoncepcional, mas engravidavam. "A jovem precisa ter segurança para negociar [com o parceiro] o uso do contraceptivo. É trabalho didático e psicológico."
As internações para curetagem pós-aborto em adolescentes também tiveram queda, mas bem menor -de 9.234 para 8.999.
Ainda assim, o sistema de saúde público e privado do Estado recebeu, em média, 24,65 jovens por dia após abortos no ano passado.
Em todo o país, 146 adolescentes de dez a 19 anos dão entrada em hospitais públicos por dia devido a abortos provocados, com ou sem autorização judicial.

Serviços
Na capital, a secretaria tem programas, como a Casa do Adolescente, em Pinheiros (zona oeste), onde há discussões sobre contracepção até em espanhol, e um telefone (0/xx/11/3819-2022) para dúvidas. O programa Parceiros do Futuro treina profissionais para trabalhar com jovens nos fins de semana em escolas estaduais.


Texto Anterior: Presidente do Jockey Club de SP morre aos 77
Próximo Texto: Vida sexual: Encontro define como tratar disfunção erétil
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.