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COMPORTAMENTO
Redução aconteceu entre 1998 e 2002; governo do Estado quer investir na prevenção à segunda gravidez
Número de mães adolescentes cai 21% em SP
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DAS REGIONAIS
O número de mães adolescentes, com idade entre dez e 19 anos,
caiu 21,4% no Estado de São Paulo entre 1998 e o ano passado -os
dados foram divulgados ontem
pela Secretaria da Saúde.
Amanhã, a secretaria se reúne
com a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a Organização
Pan-Americana de Saúde para
discutir avanços na política de
prevenção à gravidez adolescente.
As mães nessa faixa corresponderam a 19,19% (116.368) dos partos de 2002. Quatro anos atrás, o
número era de 20,23% (148.018).
Com esse quadro de redução,
diz a coordenadora do Programa
Saúde do Adolescente da secretaria estadual, Albertina Duarte Takiuti, é preciso investir na redução
da segunda gravidez -o Ministério da Saúde estima que cerca de
40% das jovens engravidem três
anos após o primeiro parto.
A pesquisa indica queda nos casos de garotas de dez a 14 anos:
4.528 partos (0,62% do total), em
1998, e 3.764 (0,5%), no ano passado. "Comemoramos mesmo
essa pequena margem, um empate seria bom. Há uma tendência
mundial de mães cada vez mais
jovens", disse Albertina Takiuti.
Segundo ela, o governo quer
apoio de organismos internacionais para ampliar o acompanhamento de mães adolescentes, para
evitar que voltem a engravidar.
Takiuti atribui a queda nos índices ao modelo de prevenção adotado em 1998, após uma pesquisa
revelar desacertos na abordagem.
Das 2.500 entrevistadas, 90%
conheciam algum método anticoncepcional, mas engravidavam. "A jovem precisa ter segurança para negociar [com o parceiro] o uso do contraceptivo. É
trabalho didático e psicológico."
As internações para curetagem
pós-aborto em adolescentes também tiveram queda, mas bem menor -de 9.234 para 8.999.
Ainda assim, o sistema de saúde
público e privado do Estado recebeu, em média, 24,65 jovens por
dia após abortos no ano passado.
Em todo o país, 146 adolescentes de dez a 19 anos dão entrada
em hospitais públicos por dia devido a abortos provocados, com
ou sem autorização judicial.
Serviços
Na capital, a secretaria tem programas, como a Casa do Adolescente, em Pinheiros (zona oeste),
onde há discussões sobre contracepção até em espanhol, e um telefone (0/xx/11/3819-2022) para
dúvidas. O programa Parceiros
do Futuro treina profissionais para trabalhar com jovens nos fins
de semana em escolas estaduais.
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