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VIDA SEXUAL
Paris abriga congresso
Encontro define como tratar disfunção erétil
AURELIANO BIANCARELLI
ENVIADO ESPECIAL A PARIS
Nas histórias do cinema, no
olhar dos artistas e no imaginário
dos apaixonados, Paris é a cidade
do amor. Nos últimos dias, Paris
se transformou numa espécie de
capital da impotência. Especialistas de todos os continentes reuniram-se no Palais des Congrès para decidir o 2º Consenso Internacional em Disfunção Erétil e Sexual, que termina hoje.
O verão e as férias estão começando e a cidade se agita cheia de
turistas. De dia, todos parecem jovens e bonitos. À noite, todos
querem ser tentadores, eles e elas.
Difícil, nesse cenário, imaginar
mais de 200 representantes de sociedades de urologia e impotência
- com apoio da Organização
Mundial da Saúde- dedicando-se a estabelecer as "condutas para
o tratamento da disfunção erétil".
Mas os números parecem convincentes. Os que sofrem de impotência, que eram 152 milhões
em 1995, serão 322 milhões em
2025. Um salto por conta do envelhecimento da população, mas especialmente por conta do aumento de diabéticos, de obesos, da depressão, dos medicamentos, do
estresse, do álcool e do cigarro.
Os números foram comentados
na sexta, quando os laboratórios
Bayer-GSK apresentaram estudos
sobre o comportamento sexual
do homem e sua nova droga, o
Levitra (verdenafil). O encontro
foi na Maison de la Chimie. A menos de 300 m, visitantes faziam fila para observar as obras do Museu Rodin, autor de "O Beijo".
Nem os médicos discordam de
que o cenário pode ajudar, especialmente porque a maioria dos
casos de disfunção erétil é psicogênico, não físico.
O 1º consenso internacional
também foi em Paris, em 99. "Naquela época, o Viagra (sildenafil),
a primeira droga oral para disfunção erétil, tinha acabado de chegar na Europa e em alguns poucos
países", diz o urologista Sidnay
Glina, ex-presidente da Issir, Sociedade Internacional para o Estudo da Sexualidade e Impotência. Os EUA e alguns outros países
já têm seus próprios consensos
sobre disfunção erétil. O Brasil,
por exemplo, já fez o primeiro e o
segundo. "As conclusões deste
atual consenso devem estabelecer
as condutas internacionais para
os próximos anos", diz Glina.
Os temas foram distribuídos
para 16 grupos de especialistas de
vários países. Glina está no grupo
que define como devem ou podem ser as pesquisas no campo da
ejaculação precoce. Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade do
Hospital das Clínicas, participa
do grupo que definirá condutas
clínicas para a ejaculação precoce.
Além de novas drogas como o
vardenafil e o tadalafil (Cialis), o
2º consenso de Paris está levando
em maior consideração os prejuízos que a disfunção sexual causa
na qualidade de vida das pessoas.
Entre os aspectos novos estão o
papel da companheira, a ética e os
aspectos econômicos.
Aureliano Biancarelli viajou a convite
dos laboratórios Bayer-GSK
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