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ADMINISTRAÇÃO
Datafolha mostra que popularidade da prefeita cresce entre os que conhecem escolões, Vai-e-Volta e Renda Mínima
Ação social alavanca aprovação de Marta
SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os programas sociais, os escolões e o modelo de transporte escolar gratuito surgem, no começo
da campanha eleitoral, como os
principais trunfos da administração da prefeita Marta Suplicy
(PT), candidata à reeleição.
A seis meses de seu término, de
acordo com pesquisa feita pelo
Datafolha nos dias 24 e 25, a gestão petista é considerada ótima ou
boa por 40% dos entrevistados
que participam ou que conhecem
alguém que se beneficie dos programas sociais da prefeitura.
Entre os que não têm conhecidos nesses projetos a aprovação à
gestão de Marta cai a 21%, ficando
em 29% no total de paulistanos.
Nas notas, o fenômeno se repete. No geral, Marta tem média 4,9.
Mas o índice chega a 5,7 entre os
beneficiários das ações sociais.
Quando a amostra inclui apenas
pessoas que têm filhos ou conhecidos matriculados nos CEUs
(Centros Educacionais Unificados), o índice de ótimo/bom chega ao pico do levantamento: 44%.
O empurrão dos programas sociais na imagem pública da prefeita fica ainda mais evidente quando se apuram os índices de intenção de voto. Entre os que declaram participar ou conhecer algum beneficiário dos programas
municipais, 28% dizem que votarão em Marta -oito pontos acima do total de moradores.
Entre os que conhecem os programas do PT, José Serra (PSDB)
tem 27% das intenções de voto e
Paulo Maluf (PP), 21%. No total,
Serra lidera com 30% das citações, e Maluf aparece com 24%.
Estranha no ninho
Chegar a 29% de aprovação é
uma recuperação real de popularidade para quem teve 22% de ótimo/bom na pesquisa Datafolha
de março passado. Os programas
sociais, no entanto, não foram suficientes para -no geral da pesquisa- levar novamente a aprovação da prefeita aos 32% de dezembro passado ou aos 36%
-seu recorde- de outubro de
2002, quando Luiz Inácio Lula da
Silva foi eleito presidente.
Outro cenário que também não
foi revertido é a preponderância
dos insatisfeitos sobre os satisfeitos -relação registrada desde dezembro de 2002. Hoje, eles são
33% dos entrevistados e classificam a gestão como ruim/péssima.
O levantamento mostra ainda
que, curiosamente, a aprovação
ao governo de Geraldo Alckmin
(PSDB) também é maior entre os
entrevistados que participam ou
conhecem participantes dos programas sociais da prefeitura
-51% na média contra 55% no
agrupamento específico.
Com tantas bandeiras e slogans,
Marta também lucra com ações
tucanas. Dos que têm conhecidos
entre participantes do Renda Cidadã, do Meu Primeiro Trabalho
e das Frentes de Trabalho -ações
do Estado-, 35% classificam como ótima/boa a gestão petista,
contra os já citados 29% do geral
da amostra -1.083 entrevistados,
com mais de 16 anos e escolhidos
aleatoriamente, por sorteio.
A satisfação desse segmento, no
entanto, não beneficia o candidato do PSDB à disputa na capital
nem puxa votos para ele. Entre os
entrevistados que declaram participar ou conhecer alguém que
participa das iniciativas tucanas,
as intenções de voto ficam dentro
da média geral da pesquisa, com
José Serra com 28%.
Popularidade
No levantamento do Datafolha,
os programas sociais da prefeitura também se mostraram mais
conhecidos do que os do Estado
-que têm mais foco no interior.
Segundo o Datafolha, 25% dos
entrevistados disseram conhecer
um participante do programa social Renda Mínima e 26% afirmaram ter algum conhecido beneficiado pelo Vai-e-Volta -que garante transporte escolar gratuito a
104.753 alunos da rede municipal.
As duas iniciativas foram as
mais citadas entre as seis pesquisadas na esfera municipal -somam-se a elas Bolsa-Trabalho
(11%), Começar de Novo (8%),
Operação Trabalho (4%) e CEUs,
que beneficiam conhecidos de
10% dos entrevistados.
Apesar do efeito multiplicador,
os quatro programas de transferência de renda citados acima
chegaram a 316.801 pessoas até
agora -54% da meta fixada pela
prefeitura. Nos CEUs estão apenas 44.395 do 1,2 milhão de vagas
da rede municipal.
Já entre os programas estaduais,
o mais citado foram as chamadas
Frentes de Trabalho -10% dos
entrevistados participam ou conhecem quem dele participe, segundo a pesquisa.
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