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TRANSPORTES
Florianópolis vive terceiro dia seguido de manifestações de estudantes contra o aumento da tarifa, de 15,6%, em média
Protesto deixa três ônibus queimados em SC
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
Três ônibus queimados durante
a madrugada de ontem, outros
dez com vidros estilhaçados no final da tarde, terminais urbanos
fechados, acessos bloqueados. Esse foi o saldo do terceiro dia de
protestos de estudantes e usuários
contra o reajuste médio de 15,6%
na tarifa dos transportes coletivos
em Florianópolis.
Por volta das 19h30, a Polícia
Militar teve o primeiro confronto
com estudantes, que tentavam fechar, mais uma vez, um terminal
no centro da cidade. Um estudante foi detido e liberado a seguir.
Cerca de 210 mil pessoas usam
diariamente o sistema de ônibus
de Florianópolis, que passou por
uma reformulação recente, com a
criação de terminais urbanos.
A tarifa mais usual é de R$ 1,75.
A mais cara custa R$ 3. Pelo menos metade da frota não circulou
ontem devido aos bloqueios. A
prefeitura tem garantido na Justiça a liberação dos locais.
Durante todo o dia de ontem,
avenidas do centro foram momentaneamente bloqueadas.
Dois terminais ficaram parte da
manhã fechados pelos manifestantes que, segundo a polícia, não
têm lideranças definidas.
De madrugada, três ônibus foram incendiados, no sul da ilha.
Outros dez tiveram vidros quebrados, à tarde, no norte.
"Cerca de 70% das pessoas que
participam desses eventos são
crianças e adolescentes, e precisamos trabalhar com muita cautela.
Os problemas que surgem são resolvidos com o diálogo", disse o
comandante do Policiamento
Metropolitano, Eliésio Rodrigues.
A PM estimou ontem em 400 os
participantes dos protestos.
Quatro vereadores foram ontem à Gerência de Transportes da
prefeitura para reunião para dar
fim aos protestos. Nenhum membro do movimento compareceu.
Para a prefeita Angela Amin e o
presidente do Setuf (Sindicato das
Empresas de Transporte Urbano
de Florianópolis), Valdir da Silva,
o ato tem conotação política e é
orientado por lideranças petistas.
O DCE (Diretório Central dos
Estudantes) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)
informou que não está ligado aos
protestos. Não há organização de
alunos secundaristas na capital.
"O PT não tem nenhuma deliberação para participar dessas
mobilizações que, eventualmente,
podem contar com algum militante do partido. Mas somos contundentes em criticar o aumento
das tarifas", afirmou o presidente
do Diretório Municipal do PT em
Florianópolis, Rui da Luz.
Prefeitura
A Prefeitura de Florianópolis
alega que o reajuste médio de
15,6% nas tarifas é metade do estabelecido por perícia judicial,
33%. Em agosto de 2003, liminares impediram que o preço dos
ônibus urbanos fosse majorado
em 25%, e o reajuste foi de 13%.
"Houve problemas em outras
partes do país. O governo federal
não evoluiu em nada para fomentar uma política para os transportes coletivos, que custam muito
caro e precisam de subsídios. O
reajuste dado em Florianópolis
foi baseado em uma perícia judicial. Não há como diminuir", disse a prefeita Angela Amin (PP).
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