DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Casados há 56 anos, o ferroviário aposentado Jael Aurélio Abreu, 80, e sua mulher, a dona-de-casa Geralda Santana Abreu, 78, só vão ao centro de Belo Horizonte juntos. É como um protege o outro da violência urbana e do tumultuado trânsito.
"Os idosos são os mais visados, até por isso a gente não sai muito de casa. Quando vamos ao centro, é mais para ir ao cardiologista. Tomamos um táxi e descemos na frente [do consultório]. Voltamos de ônibus, mas evitamos andar muito no centro. Além de perigoso, tem que redobrar a atenção para atravessar a rua", disse Geralda.
Caminhar também exige cuidados, e o casal procura levar isso à risca. "Geralmente, é ir devagar e atento", disse ele, que há pouco tempo passou por um susto ao atravessar uma movimentada avenida da cidade. "Estávamos atravessando na faixa, um carro avançou, eu apressei ele [Abreu], e o carro quase atingiu uma moça que vinha atrás", conta ela.
Com quatro filhos e oito netos, o casal se preocupa com a qualidade de vida. Ingressou no Grupo Primavida, que reúne a turma da terceira idade do bairro onde moram. "É para trocar experiências, falar das dificuldades, mas também cantar e dançar", disse Abreu. (PP)


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