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REMÉDIOS FALSOS 2
Motivo seria desrespeito de 11 artigos do Código de Defesa do Consumidor; empresa pode recorrer
Schering recebe multa de R$ 2,9 milhões
da Sucursal de Brasília
O laboratório Schering do Brasil,
que produz o anticoncepcional
Microvlar, foi multado ontem em
R$ 2,883 milhões pela SDE (Secretaria de Direito Econômico) por
ter desrespeitado 11 artigos do Código de Defesa do Consumidor.
Trata-se da multa máxima prevista na legislação.
O ministro da Justiça, Renan Calheiros, anunciou a abertura de
processo administrativo contra o
laboratório, acusado de ter distribuído comprimidos de farinha no
lugar dos anticoncepcionais.
Calheiros disse que está enviando cópia do processo administrativo ao Ministério Público Federal
para que tome providências, que
poderão resultar na prisão dos
responsáveis pelo laboratório. O
pedido ao Ministério Público está
baseado na lei 8.137/90, que trata
de crimes contra a ordem tributária e econômica.
O diretor do Departamento de
Proteção e Defesa do Consumidor
do Ministério da Justiça, Nélson
Lins, informou que a notificação
para o pagamento da multa deve
ser enviada hoje para a empresa,
que tem o prazo de 30 dias para
cumprir a determinação.
O laboratório tem prazo de 10
dias para recorrer da decisão.
A multa, equivalente a 3 milhões
de Ufirs, será aplicada independentemente da tramitação do processo administrativo. O ministro
não descartou a possibilidade de
fechamento do laboratório.
A empresa alega que produziu
pílulas de farinha para usar em
teste de nova máquina de embalagem do produto. Esses lotes, segundo a empresa, deveriam ter sido incinerados. Parte dessa produção, porém, foi para o mercado
como anticoncepcional.
O laboratório argumenta que só
ficou sabendo do extravio das pílulas de farinha depois de receber
denúncia de consumidora.
Além da multa, as penalidades a
serem aplicadas nesse episódio,
por parte do Ministério da Justiça,
vão depender da análise do resultado do processo administrativo.
A decisão do Ministério da Justiça
deve ser publicada hoje no "Diário Oficial" da União.
A SDE tem prazo de 30 dias para
realizar o julgamento do processo.
De acordo com a análise da secretaria, o laboratório desrespeitou 11
artigos do Código de Defesa do
Consumidor. As irregularidades
vão desde o fato de fazer propaganda enganosa até ter colocado
em risco a vida do consumidor.
De acordo com as sanções administrativas previstas no código, a
empresa poderá ter o produto
apreendido e até o registro cassado. Também está prevista a suspensão temporária de suas atividades."Mas as sanções definitivas
só serão tomadas após o julgamento do processo", alerta Lins.
A Schering não respondeu às ligações da
Folha sobre o assunto
até as 19h45 de ontem.
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