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RIO 1
Um dos fugitivos rendeu policial com um revólver; um detento morreu e os que não conseguiram sair começaram motim
60 fogem de Bangu pela porta da frente
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Um preso morreu e um sargento da Polícia Militar foi mantido
refém ontem durante uma rebelião que durou 11 horas na Casa de
Custódia Jorge Santana (complexo penitenciário de Bangu, zona
oeste do Rio). O motim começou
depois que 60 presos conseguiram fugir pela porta da frente.
Após o fim da rebelião, o comandante-geral da PM, coronel
Francisco Braz, determinou a prisão administrativa de 15 PMs que
trabalhavam na casa de custódia.
Além disso, exonerou o coordenador das casas de custódia de
Bangu, coronel Hudson de Mello,
e os diretores da Jorge Santana e
das duas outras unidades (Muniz
Sodré e Bangu 5).
O motim começou por volta da
meia-noite. Sessenta detentos,
um deles armado com revólver,
renderam o policial da portaria,
roubaram seu fuzil e fugiram. A
PM cercou a prisão em seguida.
Revoltados, os detentos que não
conseguiram sair se rebelaram.
Segundo o coronel Braz, os PMs
punidos cometeram falha grave
ao permitir que o revólver entrasse na unidade. A punição durará
três dias. Caso não fique provada
a conivência com os presos, eles
serão reintegrados ao serviço.
Após fugirem, perseguidos pelos policiais, os presos se esconderam em um matagal próximo.
Houve troca de tiros, e um dos fugitivos morreu. O nome dele não
havia sido divulgado até as 19h.
Os PMs passaram a madrugada
vasculhando o matagal. Por três
vezes, eles trocaram tiros com os
fugitivos. Até o final da tarde, apenas um havia sido recapturado.
Afastamentos
O afastamento do coordenador
e dos diretores das três casas de
custódia de Bangu, segundo Braz,
é consequência das últimas rebeliões e fugas nessas unidades.
Para o comandante, a sequência
de acontecimentos é uma razão
forte para que o governo entregue
ao Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe) a responsabilidade pelas casas de custódia. "É
um desvio de função a PM administrar casas de custódia", disse.
Só neste ano, ocorreram duas
rebeliões e três fugas na Jorge Santana. No dia 19 de junho, cerca de
40 presos fugiram por um túnel
cavado à mão. Inaugurada em janeiro do ano passado, tem capacidade para 500 presos. Antes da fuga, havia 478, segundo a PM.
Ontem, o secretário estadual de
Justiça, Paulo Saboya, disse que o
Estado está construindo seis prisões. Segundo ele, até o final do
ano, três estarão prontas -duas estaduais e uma federal.
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