São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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CASO CELSO DANIEL

Irmãos de prefeito assassinado apontam falhas no inquérito

Família defende nova investigação

EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA

Os quatro irmãos do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT) afirmaram ontem que as "autoridades competentes" deveriam refazer as investigações sobre o seu assassinato, em janeiro passado.
Para eles, que admitem solicitar a exumação do corpo, não se tratou de um crime comum, e o inquérito está recheado de falhas.
Segundo os irmãos João Francisco, Bruno José, Maria Clélia e Maria Elizabeth Daniel, que se dizem "tomados por inúmeras dúvidas sobre as circunstâncias e os motivos do assassinato", ainda não há como saber se o prefeito foi torturado antes de morrer.
A família Daniel lamenta não ter tido acesso até hoje a documentos sobre o assassinato, como os anexos do laudo da necropsia.
"Cobramos isso [os anexos" desde fevereiro", disse Bruno José Daniel Filho, durante coletiva no consultório de João Francisco, em São Bernardo do Campo (SP).
Os irmãos, em princípio, não vão formalizar o desejo de novas investigações à Justiça nem às polícias Civil e Federal. "Queremos que eles se sensibilizem com a nossa posição", afirmou Bruno.
João Francisco não quis relacionar o assassinato de seu irmão com os supostos casos de propina que estão sendo investigados. Ele é uma das principais testemunhas de acusação da Promotoria.
A família alega que os policiais encarregados pelas investigações não se preocuparam em procurar um suposto empresário do Ceasa -que, segundo os acusados de assassinar Celso Daniel, seria o alvo do sequestro.
Para a Secretaria Estadual da Segurança Pública, o fato de nenhum juiz ter solicitado até agora a reabertura do caso dá a entender que os trabalhos de investigação foram bem feitos. A Polícia Federal informou que só irá se manifestar se houver pedidos formais.
Já o Ministério Público de São Paulo anunciou que vai continuar trabalhando normalmente no caso. "Novos elementos de prova que forem chegando serão objetos de análise", disse o promotor Rodrigo Canellas Dias, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias Criminais.



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