São Paulo, segunda-feira, 01 de agosto de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Auditoria do TCU não leva em conta evolução das ações, diz coordenador

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O coordenador de saúde mental do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado, reconhece a dificuldade de implantação de algumas ações, como programas de geração de renda, mas diz que o relatório do Tribunal de Contas da União não leva em conta a evolução que vem sendo obtida.
"Ainda temos muitos pacientes de longa permanência, mas quantos estão saindo a cada mês? E quantos pacientes deixaram de se tornar de longa permanência pelo programa de redução de leitos e pela criação de serviços abertos?", questiona Delgado.
Entre 2003 e este ano, houve uma redução de 5.400 leitos psiquiátricos por meio do programa de reestruturação hospitalar. Dados de abril apontam que existem no país 43.564 leitos psiquiátricos do Sistema Único de Saúde.
São 236 hospitais psiquiátricos, dos quais seis ainda merecem atenção especial do governo por terem mais de 600 pacientes. Entre eles, um está sob intervenção do ministério e outro com pedido tramitando na Justiça.
Segundo o coordenador, o "grande desafio" é criar condições para que pacientes sem vínculo familiar e sem renda possam retornar à vida fora do hospital.
Delgado afirma ainda que, apesar de ser menor que o necessário, a expansão do número de CAPs (Centros de Atenção Psicossocial) é contínua -passou de 253, em 2000, para 622, neste ano, com a meta de chegar a 750.
Para ele, a estratégia do governo federal é aliar o programa de reestruturação hospitalar ao De Volta para Casa e à expansão das residências terapêuticas com o objetivo de garantir a reinserção dos pacientes.
"Existia uma inércia consolidada, uma concepção de que lugar do paciente é no asilo, internado. Estamos juntando esses três vetores para que os pacientes asilares [internados há mais de um ano] possam voltar a viver na sociedade", completa.
Na área de programas de geração de renda, Delgado diz que o Ministério da Saúde, em parceria com o do Trabalho, está desenvolvendo medidas de inclusão. Foi montado um cadastro da rede de experiências de saúde mental e economia solidária, que tem atualmente 134 projetos. No total, foram identificadas pelo menos 400 ações de geração de renda para pacientes mentais.
"É um longo caminho pela frente. As cooperativas sociais são uma realidade e precisam ser apoiadas por toda a sociedade", afirma Delgado.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Inclusão social: Físico caça talentos de matemática em SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.