São Paulo, quarta-feira, 01 de agosto de 2007

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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/INVESTIGAÇÃO

Novo sistema da Airbus alerta piloto sobre falha

Depois de acidente em Taiwan foi criado mecanismo de aviso sobre erro no manete

A TAM não respondeu se aeronave que se acidentou no dia 17 em Congonhas já estava equipado com esse novo mecanismo

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Se um manete for esquecido em posição de aceleração, a intenção e o comando de pouso não são compreendidos pelo computador de bordo do Airbus e a frenagem não será realizada conforme o previsto.
Os freios aerodinâmicos nas asas (spoilers) podem estar armados, mas não irão funcionar. O sistema automático de frenagem pode estar programado, mas não será acionado.
Essa foi a lição aprendida, sem vítimas, em Taiwan em 2004, quando outro A320 com o reverso direito também inoperante e pinado não conseguiu frear. A causa: o manete direito foi deixado acima da posição de trava de ponto morto.
A Airbus prometeu providências. Se o piloto, já próximo ao solo, cometesse a mesma falha, a luz vermelha principal de alerta acenderia e um apito iria soar continuamente. A TAM foi procurada e não respondeu se o A320 acidentado, fabricado em fevereiro de 98, estava equipado com essa inovação.
A falha de operação dos manetes é um dado apontado pela caixa-preta. Mas não é possível, ainda, garantir que não houve falha eletrônica, por exemplo.
A operação do A320 com um reverso desativado e pinado é prevista e não apresenta riscos, segundo a Airbus e a TAM.
Porém, desde que a Airbus emitiu um comunicado mundial sobre os procedimentos corretos de pouso nessas circunstâncias, pilotos questionam: o reverso inoperante deve ser acionado no pouso?
Segundo o manual, sim. Segundo dados da caixa-preta, porém, os pilotos estavam conscientes que só o reversor esquerdo funcionava e não teriam acionado o direito.
Com isso, os técnicos buscam entender se o computador de bordo da Airbus, dentro dessas duas possibilidades de posicionamento dos manetes, pode se sobrepor, impedir a desaceleração e abortar o pouso da aeronave, sem dar tempo hábil aos pilotos para outras reações.


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