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Justiça determina que Defensoria retome convênio com a OAB-SP
Sem acerto financeiro, acordo entre entidades expirou no último dia 11
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça Federal determinou que a Defensoria Pública
do Estado retome o convênio
com a OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) para a contratação de advogados. O acordo expirou no dia 11 e, como
não houve acerto financeiro
para a renovação, a Defensoria
passou a cadastrar diretamente
os profissionais interessados.
Na última terça-feira, porém,
o juiz Wilson Zauhy Filho, da
13ª Vara Federal Cível, acatou o
pedido de liminar da OAB-SP
para que o cadastramento fosse
suspenso. Determinou ainda a
retomada do convênio até que
se chegue a um acordo.
A Defensoria precisa de advogados para pessoas que não
têm condição de pagar por suas
defesas, em locais onde o órgão
não possui quadro fixo.
Os profissionais, porém, devem ser "designados pela Ordem dos Advogados do Brasil,
mediante convênio", segundo a
Constituição Estadual.
O convênio que expirou no
mês passado contava com
47 mil advogados. A Defensoria, criada há apenas dois anos,
possui 400 defensores (o órgão
estava previsto na Constituição
Federal de 1988).
Na análise do pedido de liminar, o juiz afirmou que "não se
pode afastar o reconhecimento
de manifesta ilegalidade", sobre o cadastramento feito pela
Defensoria -o órgão diz que,
em dois dias e meio, 2.774 advogados haviam se inscrito.
O juiz disse também que "o
que se vê no dispositivo constitucional estadual é que, havendo necessidade de designação
de advogados para a atuação
em prol de pessoas necessitadas de acesso à Justiça, essa
providência só poderá se dar
mediante convênio".
Verbas
Para a renovação do acordo, a
OAB-SP pediu a reposição da
inflação em um ano (5,84%, segundo o IPC-FIPE) e mais um
reajuste entre 1% e 10% nos valores pagos aos advogados -cada serviço tem um valor, que
varia de R$ 51 a R$ 1.079.
A Defensoria, mantida pela
gestão José Serra (PSDB), aceitou apenas a reposição da inflação, alegando não ter recursos
para conceder o ganho real.
Segundo o órgão, o gasto com
o acordo subiu de R$ 242,1 milhões em 2006 para R$ 272,3
milhões no ano seguinte (12,5%
a mais). Apenas com a reposição inflacionária, afirma, haverá aumento de R$ 16 milhões.
A Defensoria, em nota, afirmou ontem que acatará a decisão da Justiça, mas "já analisa
medidas judiciais cabíveis".
Ontem, representantes da
Defensoria e da OAB-SP se reuniram para discutir aspectos
técnicos para o retorno do convênio. Na próxima terça-feira,
vão se encontrar a defensora
pública-geral, Cristina Guelfi
Gonçalves, e o presidente da
OAB-SP, Luiz Flávio Borges
D'Urso, em nova negociação
sobre a renovação do convênio.
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