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PF reconstituirá assassinato de delegado
da Reportagem Local
A PF (Polícia Federal) vai fazer a
reconstituição da morte do delegado Alcioni Serafim de Santana,
41, que trabalhava na corregedoria
do órgão em São Paulo.
Deverão participar da reconstituição os dois acusados de ser os
matadores do delegado, Carlos Alberto da Silva Gomes, 39, o "Carlinhos", e Gildásio Teixeira Roma, 26, presos na terça-feira.
Ambos teriam confessado que
atiraram no delegado, morto no
último dia 27 de maio quando saía
de sua casa, na rua Chico Herrera,
na Vila Mazzei (zona norte).
A versão dos dois é confirmada
pelo laudo, que constatou balas de
calibre 38 disparadas por armas
diferentes no corpo de Santana.
Ontem, os policiais ouviram o
depoimento do informante policial Jildenor Alves de Oliveira a
fim de que ele confirmasse a suspeita de que teria contratado os
dois matadores a pedido do investigador Carlos Sanches Baena.
Baena é um dos policiais que está
preso ao lado do delegado federal
Carlos Leonel da Silva Cruz, sob a
acusação de extorsão. Jildenor era
informante de Baena, que trabalhava no 97º DP. O delegado Edmo
Salvattore, que apura o caso, também quer saber de Jildenor qual
seria a participação de Cruz.
Depoimentos
A Justiça federal ouviu ontem
em São Paulo as testemunhas de
acusação no processo contra o delegado da PF Carlos Leonel da Silva Cruz, contra o escrivão da PF
Fred Antônio de Souza e contra
três policiais civis.
Os cinco são acusados de concussão (exigir vantagem indevida
em função do cargo) e abuso de
autoridade.
Os acusados teriam invadido o
quarto de um hotel, flagrado um
advogado com uma garota de programa e exigido dinheiro para que
ele não fosse indiciado. O advogado foi levado à noite pelos policiais para a sede da PF, no centro
de São Paulo.
Cruz também é suspeito de ter
mandado matar o delegado Alcioni Ferreira de Santana, da Corregedoria da Polícia Federal em São
Paulo. No entanto, esse processo
na Justiça federal não está apurando esse crime.
A juíza Sílvia Figueiredo Marques não informou o conteúdo
dos depoimentos. Estão marcados
para o dia 7 os depoimentos das
testemunhas de defesa.
Cruz está preso juntamente com
os outros suspeitos de terem participado da trama para matar Santana. Todos eles estavam sendo investigados por Santana por suposto envolvimento em crimes, como
extorsão de comerciantes.
O crime deflagrou uma crise na
PF, que culminou em uma operação de "limpeza" com 62 policiais afastados -entre eles, 9 demitidos.
(MARCELO GODOY e ANDRÉ
LOZANO)
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