|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAÚDE
Deputados devem votar novo código sanitário este mês
SP quer multa 39 vezes maior na saúde
CARLA CONTE
da Reportagem Local
O projeto de lei que cria o novo
Código Sanitário do Estado de São
Paulo, em tramitação na Assembléia Legislativa, propõe que o teto
para multas passe de cerca de R$ 2
mil para R$ 80 mil -um crescimento de 3.900%.
Além disso, o projeto também
permite a cobrança de multa diária, o que ocorre hoje em raríssimos casos, segundo o Centro de
Vigilância Sanitária.
"Uma multa de R$ 2 mil não pesa no bolso do empresário. Mas
multas mais pesadas podem ajudar a coibir irregularidades", afirma Marisa Lima Carvalho, diretora do Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo.
Pelo novo texto, o dinheiro vindo das multas será revertido para a
Secretaria de Saúde, que o destinará com prioridade para as atividades da Vigilância Sanitária. Atualmente, a verba é destinada à Secretaria da Fazenda.
O atual código tem cerca de 20
anos. "É preciso atualizar a legislação. Ficamos engessados com as
normas antigas", afirma Marisa.
Um exemplo disso, diz Marisa,
diz respeito às clínicas de hemodiálise. "Esse tratamento começou a ganhar mais força por volta
dos anos 90, mas não havia nenhuma norma de fiscalização, já
que o código atual é anterior a essa
prática", diz.
Para evitar esse tipo de problema, o código prevê a atualização
da legislação de acordo com o
avanço tecnológico.
O projeto também prevê participação da sociedade na fiscalização. Um doente renal, por exemplo, poderá dar orientações para a
realização de blitz na clínica onde
faz tratamento.
A idéia é aproveitar a vivência
dessas pessoas para detectar problemas e corrigir irregularidades.
A proposta também pretende
fortalecer e dar mais autonomia
aos municípios, que terão à disposição mais informações sobre as
atividades das Vigilâncias de todo
o Estado, por meio de uma rede de
informações que o órgão está implantando.
Votação
O projeto, apresentado pelo Executivo, já passou por todas as comissões, recebeu emendas e
aguarda para ser colocado em votação no plenário. A proposta deve ser votada até o final do mês,
mas pode receber novas emendas.
Ela foi elaborado com a participação de profissionais ligados à
área de saúde, principalmente de
técnicos da Vigilância Sanitária e
Epidemiológica e da Faculdade de
Saúde Pública da USP.
Há também um projeto substitutivo, de autoria de deputado Roberto Gouveia (PT), que traz poucas mudanças (leia texto abaixo).
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|