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Remédio, produto de limpeza e inseticida intoxicam 300 mil por ano no país, a maioria menores de 5 anos
O perigo mora em casa
Juca Varella/Folha Imagem
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Produtos de limpeza vendidos nas ruas de SP; frascos coloridos de refrigerantes funcionam como atrativos para as crianças |
GILBERTO DIMENSTEIN
do Conselho Editorial
Por ano, cerca de 300 mil brasileiros, a maioria crianças com
menos de 5 anos, são intoxicados
acidentalmente com medicamentos, produtos de limpeza, plantas
ou inseticidas.
Essa é a estimativa do Sistema
Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da
Fundação Oswaldo Cruz.
O Sinitox vai divulgar na próxima semana os números oficiais
sobre a intoxicação em 1998, depois de coletar dados em 32 centros espalhados pelo Brasil.
A própria entidade adverte que
a estatística é apenas uma amostragem, por falta de capacidade de
registro de todos os casos.
Mesmo assim, a incidência é alta: em 98, houve o registro oficial
de 71.780 casos; 43% na região Sudeste. Os medicamentos ocupam
o primeiro lugar (38%) entre as
causas. Em segundo vêm os produtos de limpeza.
Uma parte expressiva das intoxicações seria evitada caso fossem
tomadas medidas básicas, como a
prudência dos pais ou a obrigatoriedade das embalagens de segurança nos remédios.
Com relação aos produtos de
limpeza, a situação é ainda mais
insegura. Nas cidades, são facilmente flagráveis caminhões vendendo produtos de limpeza proibidos, extremamente tóxicos, embalados em frascos de refrigerantes. Para atrair ainda mais a criança, o líquido é colorido e tem cheiro de fruta.
Para retratar o problema das intoxicações, a Folha acompanhou
por 15 dias a chegada de crianças
nos prontos-socorros.
Chegam contaminadas com antidepressivos, raticidas ou soda
cáustica. Mesmo quando não matam, as intoxicações são capazes
de comprometer a saúde de um
indivíduo, tornando-o mais frágil
diante das doenças.
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