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Casa de ex-advogada de chefe do PCC é atingida por bomba
Residência de Ariane dos Anjos foi atacada na madrugada de ontem em Araraquara, no interior de SP; ninguém se feriu
Polícia investiga se ato foi retaliação por parte de criminosos; ela deve depor na próxima quarta-feira na CPI do Tráfico de Armas
MARIA FERNANDA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A casa da advogada Ariane
dos Anjos, 31, em Araraquara
(273 km da capital), foi atingida
por uma bomba caseira na madrugada de ontem. Ela já defendeu Marcos Willians Herbas
Camacho, o Marcola, chefe da
facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Ninguém se feriu na ação.
Ariane deve depor na CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) do Tráfico de Armas,
na Câmara dos Deputados, na
próxima quarta. À Folha, ontem, ela disse não ter ligação alguma com a facção que apenas
trabalhou na defesa de alguns
de seus membros.
A bomba foi arremessada
num corredor do lado externo
do imóvel, na Vila Xavier, bairro de classe média, à 0h30,
quando só a irmã dela, Marilena dos Anjos, estava no local.
A irmã contou à polícia que
ouviu um carro parar em frente
à casa. Segundo a polícia, quando Marilena estava saindo do
imóvel para ver o que ocorria,
ouviu o barulho da explosão e
viu um clarão. O material explosivo será analisado pela Polícia Científica.
O caso está sendo investigado pelo 1º Distrito Policial de
Araraquara. Até o fechamento
desta edição, nenhum suspeito
havia sido preso.
Retaliação
Apesar de a polícia trabalhar
com a possibilidade de a casa da
advogada ter sido alvo de um
atentado como forma de retaliação de criminosos, Ariane
disse não acreditar nessa hipótese. "Acho pouco provável que
tenha sido uma forma de retaliação. Não tenho nenhuma
idéia do que pode ter acontecido e nem por que fizeram isso
comigo. Mas tenho certeza de
que isso nada tem a ver com os
meus clientes", disse Ariane.
Ela afirmou que está desde
terça-feira em São Paulo participando de audiências judiciais. "Acho que sabiam que eu
não estava em casa. Me preocupo com a minha família. Pedi
para a polícia descobrir quem
foram os criminosos", disse.
A advogada disse ter enviado
aos deputados da CPI um ofício
relatando que está à disposição
para prestar depoimento à comissão. Ariane e mais 34 advogados investigados pela comissão tiveram o trabalho mapeado pelo Ministério Público de
São Paulo, que levantou as
áreas de atuação de cada um
com base nas planilhas de visitas aos detentos do início de
2005 até junho deste ano.
Ariane disse que está preparando uma lista para apresentar à comissão com todas as visitas que realizou aos seus
clientes nos presídios este ano.
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