São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2006

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Casa de ex-advogada de chefe do PCC é atingida por bomba

Residência de Ariane dos Anjos foi atacada na madrugada de ontem em Araraquara, no interior de SP; ninguém se feriu

Polícia investiga se ato foi retaliação por parte de criminosos; ela deve depor na próxima quarta-feira na CPI do Tráfico de Armas

MARIA FERNANDA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A casa da advogada Ariane dos Anjos, 31, em Araraquara (273 km da capital), foi atingida por uma bomba caseira na madrugada de ontem. Ela já defendeu Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Ninguém se feriu na ação.
Ariane deve depor na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Tráfico de Armas, na Câmara dos Deputados, na próxima quarta. À Folha, ontem, ela disse não ter ligação alguma com a facção que apenas trabalhou na defesa de alguns de seus membros.
A bomba foi arremessada num corredor do lado externo do imóvel, na Vila Xavier, bairro de classe média, à 0h30, quando só a irmã dela, Marilena dos Anjos, estava no local.
A irmã contou à polícia que ouviu um carro parar em frente à casa. Segundo a polícia, quando Marilena estava saindo do imóvel para ver o que ocorria, ouviu o barulho da explosão e viu um clarão. O material explosivo será analisado pela Polícia Científica.
O caso está sendo investigado pelo 1º Distrito Policial de Araraquara. Até o fechamento desta edição, nenhum suspeito havia sido preso.

Retaliação
Apesar de a polícia trabalhar com a possibilidade de a casa da advogada ter sido alvo de um atentado como forma de retaliação de criminosos, Ariane disse não acreditar nessa hipótese. "Acho pouco provável que tenha sido uma forma de retaliação. Não tenho nenhuma idéia do que pode ter acontecido e nem por que fizeram isso comigo. Mas tenho certeza de que isso nada tem a ver com os meus clientes", disse Ariane.
Ela afirmou que está desde terça-feira em São Paulo participando de audiências judiciais. "Acho que sabiam que eu não estava em casa. Me preocupo com a minha família. Pedi para a polícia descobrir quem foram os criminosos", disse.
A advogada disse ter enviado aos deputados da CPI um ofício relatando que está à disposição para prestar depoimento à comissão. Ariane e mais 34 advogados investigados pela comissão tiveram o trabalho mapeado pelo Ministério Público de São Paulo, que levantou as áreas de atuação de cada um com base nas planilhas de visitas aos detentos do início de 2005 até junho deste ano.
Ariane disse que está preparando uma lista para apresentar à comissão com todas as visitas que realizou aos seus clientes nos presídios este ano.


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