São Paulo, quinta-feira, 01 de setembro de 2011 |
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JOSÉ MEIRELLES PASSOS (1948-2011) Tutor de jornalistas em Washington DO RIO Na segunda-feira, José Meirelles Passos, 62, comentava uma reportagem que preparava sobre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. A namorada, Lucila de Beaurepaire, jornalista de "O Globo" como ele, quis saber detalhes. "Não vou falar, tem muito jornalista aqui." Seria uma conversa normal de repórteres, a não ser pelo fato de ele estar em uma cama do Hospital Samaritano, em Botafogo (zona sul do Rio), nos momentos finais da luta contra o câncer, diagnosticado no meio de 2010. Transformar o quarto de hospital em uma minirredação mostra como Meirelles considerava o jornalismo "um trabalho que me dá prazer", como definiu certa vez. De 1988 a 2008, ele foi correspondente do jornal carioca em Washington. Lá, fruto da personalidade acolhedora e dos bons conselhos que dava, virou um patrono informal de jovens jornalistas que passavam pela capital norte-americana. Antes, havia trabalhado para a revista "Veja" em Buenos Aires. Participou de coberturas em mais de 40 países, de assuntos tão variados como as duas guerras do Iraque e Copas do Mundo. Ao longo da carreira, ganhou os prêmios Esso e Vladimir Herzog, entre outros. "Encantador como pessoa, foi um dos repórteres mais excepcionais que conheci. Sensibilidade para o sentido do fato e talento para expô-lo extraordinários. Foi bom ter podido dizer isso a ele várias vezes", afirmou Janio de Freitas, colunista e membro do conselho editorial da Folha. O jornalista morreu ontem, no Rio. Deixa duas filhas e dois netos, que moram em Washington. coluna.obituario@uol.com.br Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Em meio a greve, família faz velório sem corpo Índice | Comunicar Erros |
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