São Paulo, quinta-feira, 01 de setembro de 2011

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Em meio a greve, família faz velório sem corpo

Funcionários do Serviço Funerário de SP estão parados desde terça

Kassab afirma que a paralisação de um serviço como esse é inadmissível e promete punição "implacável"


RAPHAEL VELEDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Parentes e amigos do pedreiro Agemiro da Silva, 64, morto na noite de terça-feira após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral), esperaram das 13h às 16h30 de ontem numa sala do Cemitério São Luiz (zona sul de São Paulo) para a despedida.
Mas o corpo só chegou ao local, em carro conduzido por agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana), cinco minutos antes do enterro. "A gente perde um ente querido e não pode nem velar", disse a filha, Patricia Silva, 33.
Houve quem esperasse até 48 horas pela liberação de um corpo. Os transtornos se devem à greve dos funcionários do Serviço Funerário de São Paulo, que sinalizam pela continuidade do movimento, que começou na terça.
Os grevistas exigem reajuste de 39,79%. A prefeitura diz que deu aumento de mais de 15% sobre o piso e que concedeu outros benefícios.
"Sabemos que a população sofre, mas não há maneira de se negociar com a prefeitura. Eles nem recebem a gente", disse a presidente do sindicato, Irene de Paula.
No SVO (Serviço de Verificação de Óbitos), anexo ao Hospital das Clínicas, a enfermeira Enedina Soares, 39, chorava ontem porque não conseguia que o corpo de seu pai fosse levado para o enterro, no Cemitério da Vila Nova Cachoeirinha (zona norte).
"Quero levar ele daqui nem que seja no meu carro", disse. "Não tem mais tempo para velório, mas quero que ele seja enterrado hoje. Morreu há dois dias", contou.
Emergencialmente, GCMs estão transportando os corpos, e os enterros estão sendo feitos por terceirizados.
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) promete punição rigorosa. "Seremos implacáveis, porque é inadmissível a greve em um serviço como esse."
Ele disse que já pediu que fossem tomadas providências para a substituição dos servidores que estão parados, para fazer novos concursos e para contratos emergenciais com empresas terceirizadas.

Colaborou TATIANA SANTIAGO , do "Agora"


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