São Paulo, Sexta-feira, 01 de Outubro de 1999
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EXECUTIVO
Orçamento para 2000, ano de eleição, prevê empréstimos para bancar 78% dos investimentos
Pitta quer aumentar dívida para investir

CHICO DE GOIS
da Reportagem Local

O prefeito Celso Pitta (PTN) espera contar com o fim do subsídio ao transporte para investir nos chamados projetos sociais. Atualmente, o subsídio à tarifa representa uma despesa anual de cerca de R$ 250 milhões.
Dos investimentos previstos para o próximo ano, segundo Orçamento que deveria ser enviado ontem à Câmara, só R$ 235 milhões (22,4%) devem sair de receitas próprias. Outros R$ 815 milhões (77,6%) a prefeitura espera obter como empréstimos, que vão aumentar a dívida do município. Em ano de eleição de prefeito, essa verba será destinada a programas como Fura-fila, Cingapura e corredores de ônibus.
De acordo com o secretário das Finanças, Deniz Ferreira Ribeiro, a Secretaria da Saúde ganhará um reforço em seu orçamento. Está previsto um investimento de aproximadamente 15%. Em comparação com a dotação deste ano, cuja previsão para a pasta é de R$ 976 milhões, esses 15% representariam um aumento de mais R$ 146 milhões no orçamento da pasta para o ano que vem.
Na Saúde, Ribeiro afirmou que a extinção do PAS (Plano de Atendimento à Saúde) e a criação do Sims (Sistema Municipal de Saúde) vai implicar menos gastos. Segundo Ribeiro, a secretaria deve investir em reforma de hospitais e aquisição de equipamentos.
O secretário não detalhou todos os números das secretarias. Disse apenas que o orçamento total é de R$ 7,674 bilhões. Ele também afirmou que não está previsto aumento no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
A prefeitura também reservou R$ 70 milhões para a implementação do programa de renda mínima, que contempla com até um salário mínimo as famílias que deixarem seus filhos nas escolas.
Ribeiro disse que o prefeito não deve realizar nenhuma grande obra no próximo ano. Ele elegeu o Fura-fila como a obra que mais consumirá recursos da prefeitura.
A previsão é de que sejam destinados R$ 175,8 milhões para esse projeto. O dinheiro deve vir de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e também de recursos próprios.
Para que consiga obter recursos de outras entidades, a prefeitura ainda necessita assinar a renegociação da dívida mobiliária, estimada em aproximadamente R$ 9 bilhões. Ribeiro considera como certa a renegociação.
O secretário das Finanças disse que o orçamento sofreu mudanças por causa da disposição do prefeito em investir em obras. "Com a saída do ex-secretário das Finanças, encerrou-se um momento político e iniciou-se outro, com a retomada do diálogo com os demais secretários", declarou.



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