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Comissão rejeita contas de 98 de Pitta
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local
A Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de
São Paulo rejeitou ontem as contas do prefeito Celso Pitta (PTN)
referentes ao exercício do ano
passado. A última vez em que a
prestação de contas do Executivo
foi rejeitada ocorreu há oito anos,
com Luiza Erundina.
Além da contabilidade da prefeitura, a comissão rejeitou ainda
as contas do próprio TCM (Tribunal de Contas do Município),
alegando gastos excessivos com
funcionários ativos e inativos.
A reunião da Comissão de Finanças e Orçamento-composta
por nove vereadores- foi marcada pela ausência de quatro governistas (Lídia Correa, do PMDB,
Celso Cardoso, do PPB, Mohamad Mourad, do PL e Faria Lima,
do PMDB).
Foram três votos favoráveis à
rejeição (os petistas José Mentor e
José Eduardo Cardozo e Dalton
Silvano, do PSDB) e dois contrários: Miguel Colasuonno (PMDB)
e Dito Salim (PPB).
Essas mesmas contas haviam sido aprovadas, com ressalvas, pelo
TCM em junho deste ano.
Os dois relatórios serão votados
em plenário e precisam dos votos
favoráveis de dois terços dos 55
vereadores. Se a rejeição for confirmada, a decisão segue para o
Ministério Público.
Pela lei complementar 64/90, se
for confirmada alguma irregularidade, Pitta torna-se inelegível por
oito anos.
Motivos
Entre as irregularidades citadas
por José Eduardo Cardozo, relator do parecer, estão baixo investimento na Educação (menos dos
que os 30% exigidos pela Lei Orgânica do Município), excesso de
créditos adicionais e suplementações irregulares das dotações orçamentárias.
"Os próprios técnicos do tribunal apontaram as irregularidades,
mas os conselheiros aprovaram
mesmo assim. As falhas da prefeitura encontradas são gravíssimas", afirma Cardozo.
O vereador, em seu parecer, ressalta o não-pagamento dos precatórios (dívidas judiciais) de 96, 97
e 98, que alcançam hoje uma saldo de R$ 1,13 bilhão, segundo ele.
Já na questão das contas do
TCM, o relator do processo, vereador Dalton Silvano, alega que
salário pago a funcionários inativos ferem o teto salarial do funcionário público municipal, que é
de R$ 6.000.
Segundo ele, o tribunal tem 150
servidores inativos e paga, em
média, R$ 7.400 para cada um.
Dalton afirma que o salário médio dos 699 funcionários ativos é
de R$ 5.900.
"Essas contas precisam ser revistas. Afinal, 94% dos gastos efetuados pelo TCM correspondem
ao pagamento de pessoal", diz.
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