São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2004

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Remédio ainda era vendido em farmácias ontem em SP

DA REPORTAGEM LOCAL
DO AGORA

A reportagem da Folha visitou ontem seis filiais de farmácias das maiores redes de São Paulo, na avenida Angélica (zona oeste), para checar se o medicamento Vioxx estava sendo vendido após anúncio da retirada do produto do mercado mundial.
Em filiais da Droga Raia, Drogasil e Pague Menos, o remédio não estava sendo comercializado. Na Drogasil, as caixas do medicamento foram recolhidas quando a reportagem chegou.
Na Farmax, Drogaria Onofre e Drogaria São Paulo, os atendentes ainda não tinham sido avisados pela administração das redes de que a comercialização do remédio havia sido proibida.
A decisão do fabricante pegou muita gente de surpresa. Sérgio Ricardo Rodrigues, 27, não sabia do caso até ser procurado pela reportagem. "É mesmo? Tomava direto quando minha boca estava travada. Funcionava sempre, foi meu ortopedista que receitou." Como Sérgio, mais de 84 milhões de pessoas em todo o mundo tiveram o remédio receitado até o final do ano passado.
Para alguns, nem é preciso receita. A auxiliar de enfermagem Maria de Fátima dos Santos, 50, usava o remédio toda vez que sentia dores nas costas, mesmo sem prescrição. Seu marido, a filha e o cunhado também fazem uso freqüente do medicamento.
Maria disse ter ficado chocada ao saber da suspensão, mas não chegou a se preocupar, já que, segundo a Merck, só há riscos para pessoas com mais de um ano e meio de uso contínuo do remédio. Ela usa o produto há um ano.
A dona-de-casa Carmen Guerra Gomes, 69, de Santos (SP), tomou Vioxx algumas vezes e diz ter se sentido mal. "Fiquei tonta, enjoada. Joguei a caixa inteira fora."


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