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FORA DA LEI
Policiais teriam sido flagrados ao atirar em 2 moradores de morro do Rio
Corregedor diz ter nova testemunha
DA SUCURSAL DO RIO
O corregedor da Polícia Civil do
Rio de Janeiro, Paulo Passos, disse
ontem que uma segunda testemunha relatou ter visto Charles
Machado Silva, 16, e Luciano Custódio, 24, serem mortos por policiais da Core (Coordenadoria de
Recursos Especiais) na última segunda-feira, durante uma operação no morro da Providência.
A nova testemunha, segundo
Passos, prestou depoimento informal a integrantes da corregedoria anteontem, quando a polícia fez perícia técnica no local onde os dois jovens morreram. A
identidade é mantida em sigilo.
De acordo com Passos, a testemunha contou que viu por uma
janela os policiais matarem os
dois jovens com disparos de fuzil.
A testemunha foi convocada
ontem a prestar depoimento oficial na corregedoria, mas não
compareceu. Passos disse que fará uma intimação.
Anteontem, uma primeira testemunha já havia confirmado a
deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa ter visto os jovens serem
mortos depois de rendidos.
No entanto o seu depoimento
na Corregedoria e no Ministério
Público foi considerado contraditório porque, no mesmo relato,
ela disse que viu o crime, depois
declarou que só ouviu e, em seguida, que só viu um ser morto.
O delegado Passos afirmou que
pretende colocar essa primeira
testemunha para fazer o reconhecimento dos policiais porque, em
conversa com os deputados da
comissão, ela teria declarado ser
capaz de identificá-los.
Aos deputados, a primeira testemunha afirmou que estava em
casa com suas duas filhas quando
os jovens bateram na porta pedindo socorro por causa dos tiros.
Ela disse que, meia hora depois,
os policiais da Core entraram e retiraram a dupla da casa. Os agentes, segundo a testemunha, mataram primeiro Luciano Custódio e
depois Charles. Os tiros, de acordo com ela, foram de arma pequena. Disse ainda ter visto os policiais esfaqueando os rapazes.
Fotos
A acusação contra os policiais
surgiu em razão de uma seqüência de fotografias tiradas de um
helicóptero da própria polícia.
Cinco policiais que participaram da operação, além do titular
da Core, delegado Gláucio Santos,
foram afastados. Em depoimento,
os suspeitos disseram que renderam os jovens na favela. Logo em
seguida, teriam sido alvejados a tiros por traficantes que queriam
resgatá-los. Os rapazes rendidos
teriam fugido, entrado em uma
casa, pego fuzis e atirado nos
agentes e, depois, sido alvejados.
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