DA REPORTAGEM LOCAL

A administradora de empresas Emilie Daud Sarruf, 44, foi presa em flagrante ontem sob a acusação de ter matado seu marido, o empresário Sérgio Afif Sarruf, 46, enquanto ele dormia no quarto do casal em um sobrado da alameda dos Araés, no Planalto Paulista, zona sul de São Paulo. Sarruf era dono do Rei dos Armarinhos, tradicional loja da rua 25 de Março, região central.
O crime ocorreu às 23h05 de anteontem. A vítima foi atingida com tiro na cabeça e chegou a ser levada para o Hospital São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos. Além de Emilie, estavam na casa a cozinheira Amenaide Pinho Silva, 52, e duas filhas do casal.
O vigia da rua, Manoel Alexandre Silva, 55, ouviu o tiro e se colocou à porta da casa até a chegada dos policiais. Conforme a polícia, ele disse que não viu ninguém entrar ou sair da casa -contradizendo a informação dada por Emilie de que dois homens encapuzados e de luvas entraram na casa e atiraram em seu marido.
Segundo a polícia, a empregada afirmou que o crime foi cometido pela mulher do empresário. O delegado Mário Palumbo Júnior, do 16º DP (Vila Clementino), disse que a empregada também afirmou que nenhum estranho havia entrado na casa.
A empregada, ainda de acordo com a polícia, contou que, na semana passada, Emilie colocou "objetos estranhos" no café do empresário, deixando o líquido com uma cor azulada.
O irmão da vítima, Fábio Afif Sarruf, 52, teria dito que ele foi hospitalizado na sexta com suspeita de intoxicação. A polícia apreendeu na casa veneno para ratos, além dos remédios Dormonid, Lexotan e Quemicetina.
Antes de ser levada ao 16º DP, Emilie pediu para trocar de roupa no closet. A troca foi acompanhada pela PM Helenice Gomes Nascimento, do 12º BPM. Em uma sacola que, segundo a polícia, a mulher do empresário retirou do armário, foi encontrado um revólver Taurus, calibre 38 -com quatro cápsulas intactas e uma deflagrada- e dois pares de luva, uma branca e outra vermelha.
Por ter nível universitário, a mulher do empresário será transferida do 16º DP para uma prisão especial. O delegado Palumbo Jr. solicitou exame residuográfico de Emilie, toxicológico para a vítima e do local do crime.
Alexandra Szafir, 36, advogada da suspeita, disse que ainda não conversou com Emilie sobre o crime. "Ela está quase catatônica, está muito abalada. Ela está preocupada com os filhos e com o enterro do marido." Szafir disse que só vai comentar o crime após falar com a cliente. (FERNANDO BARROS)


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